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Milei foi goleiro e passou a torcer pelo River Plate após decepção com o Boca

Político atuou nas categorias de base do Chacarita Juniors e do San Lorenzo

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São Paulo

O ultraliberal Javier Milei, 53, eleito presidente da Argentina, tem uma estreita relação com o futebol. Ele tem um passado como goleiro nas categorias de base de clubes tradicionais do país e chamou a atenção recentemente ao anunciar que deixou de torcer para o Boca Juniors para passar a apoiar o rival River Plate.

Em meados dos anos 1980, Milei chegou a treinar nas categorias de base do Chacarita Juniors, clube de Buenos Aires fundado no início do século passado que hoje disputa a segunda divisão do campeonato argentino. O atacante Germán Cano, campeão da Copa Libertadores pelo Fluminense, atuou pelo time na temporada 2009.

O jovem Milei recebeu em seu período no clube o apelido de "El Loco" pela forma como se jogava nas defesas. Em 1986, o presidente eleito passou por um período de treinos no San Lorenzo, mas não chegou a atuar profissionalmente, se aposentando dos gramados ao ingressar no curso de economia na Universidade de Belgrano.

Javier Milei discursa após confirmação de vitória nas eleições argentinas, em Buenos Aires - Luis Robayo - 19.nov.2023/AFP

Embora tenha deixado os treinos em campo, Milei manteve sua relação próxima ao futebol por ser torcedor declarado desde a juventude e sócio do Boca Juniors, com uma admiração, em particular, pelo ex-treinador Carlos Bilardo, que comandava a seleção argentina na campanha vitoriosa na Copa de 1986.

A paixão pelo tradicional clube de "La Bombonera", no entanto, foi abalada nos últimos anos. Em 2013, quando a equipe trouxe de volta o meia Juan Román Riquelme, Milei criticou os dirigentes publicamente por considerar um ato populista por parte do então presidente da equipe, Daniel Angelici.

As críticas de Milei ao ex-jogador e ídolo da torcida se mantém até hoje. Riquelme é atualmente vice-presidente do Boca e concorre à presidência em eleição no dia 2 de dezembro, contra a chapa que tem o ex-presidente Mauricio Macri como vice. Macri anunciou apoio a Milei no segundo turno na disputa contra Sergio Massa.

Em 2018, na decisão da final da Libertadores no clássico entre Boca Juniors e River Plate, o político declarou ter "virado a casaca". Segundo ele, o motivo para mudar sua torcida foi uma troca feita pelo técnico Guillermo Barros Schelotto, com a entrada do experiente meia Fernando Gago no segundo tempo.

"Estava torcendo pelo Boca. Na verdade, assistindo ao jogo. Mas quando entrou o Gago, que foi mais um ato de populismo, passei a torcer pelo River", disse Milei, em entrevista ao "El País". O River Plate foi o campeão do campeonato ao bater o Boca por 3 a 1 na final.

O político argentino foi eleito neste domingo após uma campanha agressiva, com insultos ao papa Francisco, xingamentos aos adversários e negação da cifra de 30 mil mortos e desaparecidos na ditadura militar. Após a vitória do adversário Sergio Massa no primeiro turno, porém, ele foi se moderando.

Milei, que fez da frase "viva la libertad, carajo" (viva a liberdade, caramba) um de seus slogans de campanha, terá como principal desafio resolver a terceira grande crise econômica vivida pela nação no período democrático, com uma inflação de mais de 140% anuais, pesos que derretem nas mãos e a pobreza em alta. Para isso, propõe medidas radicais como a dolarização e o fechamento do Banco Central, alvo de críticas de diferentes lados.

Durante a campanha, ganhou destaque entrevista na qual Milei defendeu aos clubes de futebol argentinos a instituição de modelos similares às SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol) no Brasil, ideia que recebeu uma série de críticas da federação e dirigentes locais.

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