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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Gosto do apelido de cupido, diz arqueiro Marcus D'Almeida, que disputa as oitavas em Paris

Brasileiro enfrenta no domingo (4) sul-coreano ganhador de três ouros no torneio por equipes

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Maceió

O primeiro e o segundo colocados do ranking mundial do tiro com arco se encontrarão logo nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos de Paris.

O brasileiro Marcus D’Almeida, o primeiro, enfrentará Kim Woojin, da Coreia do Sul, que tem três medalhas de ouro consecutivas em Jogos Olímpicos — todas no torneio de equipes masculinas, no Rio de Janeiro-2016, em Tóquio-2020 e também em Paris-2024. O duelo acontece no domingo (4).

Mas não chamemos a partida de final antecipada. Final, para o brasileiro, é qualquer momento da competição e independe do adversário. "É muito cedo para falar em pódio [no caso de vitória], porque tem muita coisa a ser disputada ainda", afirmou em conversa com jornalistas.

Marcus D'Almeida durante disputa contra o japonês Fumiya Saito - Reuters

Ele também compete nas duplas mistas, com Ana Luiza Caetano. Juntos, eles enfrentam a dupla mexicana na sexta-feira (2).

Existe uma rotina para Marcus: nos treinos desta quarta-feira (31), com Ana Luiza, por exemplo, o foco foi o movimento. Na quinta (1º), será acertar o centro do alvo o maior número de vezes.

Uma boa noite de sono é essencial para que tudo flua bem, assim como o café da manhã — ele faz a refeição na Vila Olímpica, enquanto almoço e jantar são na base oferecida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

"Meu maior adversário sou eu mesmo. Somos só eu e o alvo. Técnica, sei que tenho. O que preciso [durante o embate] é calma e frieza para acertar o 10 o máximo de vezes possível."

Aos 26 anos, D’Almeida diz elaborar bem os pensamentos e sabe que cada parte de sua preparação importa. De 2021 para cá, parou para analisar o que poderia ser feito para evoluir como atleta e o fez. Na parte de treinamento, não havia muito o que mudar: ele gosta da rotina, de atirar, de competir. Mas detalhes finos e investimento em um trabalho de psicologia e melhor alimentação foram essenciais.

O tiro com arco surgiu na sua vida realmente como esporte e não a partir de inspiração em livros ou filmes. Mesmo assim, apelidos como Legolas, de "O Senhor dos Anéis", e citação a Katniss Everdeen, da franquia "Jogos Vorazes", são bem-vindos e animam o brasileiro, que riu ao ouvir algumas sugestões.

"O personagem que mais me lembra o tiro com arco é o cupido. Acho que é o apelido que eu mais gosto."

Antes de iniciar sua trajetória em Paris, Marcus disse à Folha que é fã do rapper BK. Ele faz cursos para aprender mais sobre produção musical em seu tempo livre e tem nos fones de ouvido um apoio quando se desloca no ônibus que sai da Vila Olímpica.

"Eu sou aquele tipo de pessoa que enjoa quando usa o celular no ônibus, então não fico muito nas redes sociais. Coloco uma música e vou ouvindo durante o percurso, já que a gente fica muito tempo dentro do veículo", afirmou, citando "Carta Aberta", do rapper BK:

"As músicas do BK são as que eu mais curto, porque é um rap de mensagem. Acho que um trecho que gosto bastante e que faz sentido nesse momento. É ‘mas no final é isso, tipo o espelho. Você com você mesmo. Deixe o coração se tornar trilho'. E é isso que eu vou fazendo."

Até aqui, nas eliminatórias, Marcus acertou somente 9 e 10, as maiores notas possíveis no tiro com arco. Contra os sul-coreanos, seus maiores adversários na modalidade e campeões históricos, é preciso elevar ainda mais o nível.

"É verdade. Tem que ficar sempre na cola e ganhando. Não pode dar muito espaço para eles crescerem. É a receita que encontrei para as partidas decisivas."

No último torneio antes de Paris, a etapa da Copa do Mundo disputada na Turquia, Marcus e Kim Woojin decidiram o embate na "flecha de ouro", após empate em 5 sets a 5. O brasileiro ficou com a prata e a derrota veio num detalhe simples: ambos acertaram o 9, mas o adversário estava mais perto do meio do alvo.

"Quem fizer uma vírgula errada, vai perder. Eu estou aqui para fazer o certo."

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