Siga a folha

Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

Simone Biles tem retorno triunfal e retoma sua coroa nos Jogos Olímpicos

Após desistência em Tóquio por questões de saúde mental, craque norte-americana recupera trono em Paris

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Paris

Um dos grandes nomes do esporte em todos os tempos retomou seu posto na noite francesa de quinta-feira (1º). Simone Biles, que abriu mão de várias finais na última edição dos Jogos Olímpicos, em Tóquio, em 2021, voltou a mostrar nos Jogos de Paris, em 2024, por que é a maior ginasta da história.

A norte-americana de 27 anos teve dificuldades, é verdade, mas superou a concorrência de alto nível da brasileira Rebeca Andrade na Arena Bercy para conquistar a medalha de ouro na disputa individual geral, a mais prestigiada da ginástica artística. Com 59.131 pontos, ficou à frente de Rebeca, prata com 57.932, e da compatriota Sunisa Lee, bronze com 56.465.

Rebeca Andrade (à esq.), Simone Biles (ao centro) e Sunisa Lee com suas respectivas medalhas; as melhores ginastas do mundo - Folhapress

A nona medalha olímpica de Biles está certamente entre suas mais saborosas. Marca o retorno triunfal após um afastamento que quebrou paradigmas no esporte e levantou questões sobre saúde mental. Simone trouxe à tona o conceito de que "tudo bem não estar bem", recuperou-se e retornou ao topo do pódio.

"Três anos atrás, eu jamais imaginaria que colocaria meus pés em uma arena de ginástica de novo, por tudo o que aconteceu", disse, medalha de ouro no peito, novamente confiante em sua capacidade de executar movimentos dificílimos, batizados com seu nome. "Significa o mundo para mim sentir-me livre e bem para isso."

Essa liberdade não foi experimentada no Japão. Biles relatou uma sensação estranha já no embarque à Ásia em 2021, mas encontrou as maiores dificuldades mesmo antes das decisões. Em um treino, teve "twisties", que ocorrem quando um ginasta se perde no ar durante o movimento, algo muito perigoso. Ela comparou a situação a acordar um dia tendo se esquecido de como dirigir um carro.

Logo no começo da primeira final, por equipes, deu uma volta e meia com o corpo, em vez das duas e meias planejadas. Telefonou para a mãe, chorou e se retirou da decisão. Depois, embora estivesse classificada também para a luta por medalhas no salto, no solo e nas barras, topou apenas se apresentar na trave, que só tem um movimento acrobático mais ousado. Foi bronze.

Simone lamentou toda a situação, mas considerou a repercussão geral positiva. Perdeu a conta de quantas vezes ouviu a frase: "Por sua causa, fui atrás da ajuda de que precisava". E gostou também de ter saído mais saudável da situação. "Eu não teria buscado a ajuda apropriada se não tivesse acontecido daquele jeito."

Com uma rede de apoio que inclui terapeutas profissionais, a mãe e o marido, a norte-americana voltou a treinar e, após dois anos, em um processo cheio de avanços e retrocessos, retornou às grandes competições. No Mundial do ano passado, em outubro, na Antuérpia, levou cinco medalhas: quatro de ouro (individual geral, equipes, trave e solo) e uma de prata (salto).

Faltava, porém, encarar de novo o palco olímpico, o que, admitia, ainda lhe causava preocupação. O temor começou a se dissipar na última terça (30), com a conquista da medalha de ouro por equipes. Biles exibiu seu alto nível, celebrou com as companheiras de Estados Unidos e passou a se preparar para a disputa mais importante, a individual geral.

Não foi fácil. Ela saiu em vantagem no salto, viu Rebeca tomar a liderança nas barras assimétricas e recuperou a ponta na trave, por apenas 0.166. Faltava o solo, no qual a brasileira obteve como pontuação 14.033. Isso significava que Simone precisava de um 13.867 para buscar o ouro. Alcançou 15.066.

"Estou mentalmente bem, e acho que foi possível ver isso nos aparelhos. Tive a ajuda da Cecile [Landi, técnica] e da minha terapeuta. Falei com ela às sete da manhã. Falo religiosamente com ela todas as quintas e também antes das competições. Agradeço muito. Como falei, estou mentalmente bem", afirmou.

A lenda do esporte atingiu, assim, sua nona medalha olímpica, coleção acumulada a partir dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. São agora seis de ouro, uma de prata e duas de bronze. Ela terá ainda em Paris a oportunidade de ampliar seu acervo, nas finais do salto, do solo e da trave, entre sábado (3) e segunda-feira (5).

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas