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'A Vida pela Bola' é tão ou mais prazeroso do que uma final de Copa

Livro reúne 65 crônicas e mostra paixão de Luiz Guilherme Piva pelo futebol

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A Vida pela Bola

Avaliação:
  • Preço: R$ 48 (152 págs.)
  • Autoria: Luiz Guilherme Piva
  • Editora: Iluminuras

Grandes contratações, salários milionários, disputa pelo título de melhor jogador do mundo, os clubes mais desejados da Europa... Nada disso está em "A Vida Pela Bola", de Luiz Guilherme Piva, e isso é uma boa notícia.

Se bem que dois renomados campeões europeus são lembrados em "Mânches ou Báia", no qual dois garotos discutem em que importante clube vão jogar no futuro.

Um defende o inglês Mânches (mas qual? "Tem o Unái e o Cid", explica o outro). Já o amigo prefere o alemão Báia de Munix. Na dúvida, melhor optar por Real ou Barça.

Mais do que falar sobre futebol, o autor descreve a paixão pelo esporte empregando um tom de nostalgia na maioria das 65 crônicas reunidas.

Para quem estava acompanhando a Copa, as crônicas pendem mais para Lukaku (atacante belga que revelou em artigo que passou fome na infância e via a mãe misturar água no leite) do que para Neymar (que publicou post para dizer que ninguém sabe pelo que ele passou —mas todo mundo sabe que ele já faturava salário de cinco dígitos aos 15 anos).

Neymar, aliás, poderá ser lembrado pelo leitor vez ou outra. Como no ótimo "Catimba", no qual o autor descreve as desventuras de um jogador cuja principal habilidade era a arte de simular, cair e demorar para bater faltas, tudo para ludibriar a arbitragem, um especialista na arte de "administrar o tempo". Sua única ambição, porém, era ser titular.

Mas é nos pequenos contos que remetem à infância, dos campos de terra, dos com camisa contra os sem camisa, do duelo na inclinada rua de paralelepípedos, que Piva apresenta as melhores histórias.

Como em "Futebol Imaginário", na qual o uso da bola dente de leite no intervalo da escola é proibida. Após a medida, os alunos continuam a pelada, mas sem bola, fingindo os lances (e discutindo as melhores jogadas na aula).

Algumas guardam um tom melancólico, como "Um Menino", em que um ônibus de torcida é interrompido por um cortejo fúnebre.

As crônicas de "A Vida pela Bola" não são inéditas —exceção a "Secos e Molhados". Como no livro anterior do autor, "Eram Todos Camisa Dez", da mesma editora, as histórias foram previamente publicadas no blog do Juca, administrado pelo colunista da Folha Juca Kfouri.

Tão prazeroso quanto uma final de Copa. Ou mais.

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