Tidos por lendas vivas, músicos que atuaram em filme clássico sobre o reggae cantam no Sesc
Big Youth e Leroy 'Horsemouth' comandam shows no Campo Limpo e no 24 de Maio em tributo ao longa 'Rockers'
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Após a ascensão de Bob Marley e Peter Tosh, uma geração de músicos manteve vivo o mais famoso dos estilos musicais jamaicanos.
Dois dos maiores nomes dessa turma se apresentam neste fim de semana em São Paulo: os cantores Big Youth e Leroy “Horsemouth” Wallace, que cantam no Sesc Campo Limpo, neste sábado (28), e no 24 de Maio, no domingo (29).
Estarão ao ar livre —no Sesc 24 de Maio, o show ocorre na rua— e ladeados pelos igualmente célebres Kiddus I, Kush Art e Lloyd Parks, este com sua banda We The People.
O evento celebra o filme “Rockers” (1978), dirigido por Theodoros Bafaloukos e protagonizado por Wallace, cultuado por gerações de fãs por seu retrato da Jamaica do fim dos anos 1970.
O filme será exibido de graça no dia 14/8, às 20h, no teatro do Sesc 24 de Maio, como parte da programação “Cinema e Música da Jamaica, Jamaica!”.
A obra delineou o cotidiano musical no país caribenho à época, marcado pelo culto à religião rastafári e pelo empreendedorismo —o “faça você mesmo” depois celebrizado pelo punk.
Do filme advieram registros preciosos, como a cena da gravação de “Graduation in Zion”, de Kiddus I, em estúdio frequentado por Bob Marley.
Sua influência foi tamanha que críticos musicais passaram a se referir ao som dos artistas como o “ritmo Rockers”.
O fio condutor da obra é a perspectiva cotidiana de Horsemouth, músico e produtor de origem pobre que, como baterista, trabalhou com bandas como The Gladiators e The Skatalites.
“Criei o ‘ritmo Rockers’. Dei o nome do filme, é minha história de vida... Eu sou o Rockers!”, diz Wallace, sem falsa modéstia.
Em seus sons e “corres”, ele e colegas —alguns dos quais também atuantes no filme, como Burning Spear e Gregory Isaacs— aprimoraram o “roots reggae”.
O estilo tem por traços a lírica engajada e o som fincado nas raízes fixadas pelo ska, nos anos 1950, a partir de uma fusão do folclore e do calipso locais com o jazz e o rhythm and blues americanos.
É uma ligação mais forte com a tradição do que a do dancehall, estilo que se tornou predominante a partir dos anos 1980 com releitura marcada pela inclusão de instrumentos digitais e pelo andamento acelerado.
Durante a visita ao Brasil, Wallace quer tentar visitar São Luís, a capital nacional do reggae. Ele diz que ouve muitos artistas brasileiros do gênero, dos quais destaca a banda Natiruts, e elogia o fato de que “Os brasileiros tocam um reggae realmente lento... É o bicho!”.
Para ele, sua geração ainda estar sob os holofotes se deve ao fato de que essa música promove o amor e a justiça. “Rastafáris não se misturam com política, o reggae significa defender o correto. Jah Raaaaastafari!”.
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