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'Último gênio da bossa nova', diz jornal italiano sobre João Gilberto

Para mídia estrangeira, cantor exportou música popular brasileira para o mundo

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São Paulo

​​Os principais jornais internacionais noticiaram a morte de João Gilberto neste sábado (6), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Além de o aclamarem como inventor da bossa nova, as publicações também o apontam como o maior responsável pela difusão da música popular brasileira no cenário internacional.

É o que afirmam reportagens do alemão Der Spiegel e do americano The New York Times. O primeiro lembra que "Garota de Ipanema", cuja letra foi a princípio cantada em português pela então mulher do músico, Astrud Gilberto, foi depois interpretada por artistas do calibre de Frank Sinatra. O segundo declara que Gilberto "ajudou a bossa nova a se tornar uma febre mundial".

Também lembrou da canção o britânico The Guardian, que repercutiu comentários de Gal Costa, Ruy Castro e Daniela Mercury sobre a morte. O periódico ainda publicou relato sobre um show de João Gilberto em São Francisco. "Uma apresentação rara em 1998 foi a chance de ver o grande pioneiro musical emergindo do esconderijo", escreveu.

Compatriota do Guardian, o jornal The Telegraph também lamentou a morte do "lendário pioneiro brasileiro da bossa nova".

 

O espanhol El País diz que, mais do que um estilo que ganhou regravações clássicas em todo o mundo, ele rompeu com o estereótipo do Brasil como um "país do samba" e deu nova cara aos ritmos nacionais.

O francês Le Monde ressaltou a permanência da combinação de jazz e samba que serve de base para a bossa nova nos ritmos contemporâneos, seis décadas após sua invenção. Segundo ele, o gênero "continua presente em tudo que é música, de trilha sonora de elevador às festas rave".

"Em cima do palco, com o pé na cadeira, João Gilberto escreveu importantes capítulos da história da música", afirma a reportagem.​ Para os também franceses do Le Figaro, João Gilberto foi o "embaixador da alma brasileira".

O americano The Washington Post escreve que uma geração inteira de músicos brasileiros, incluindo Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso, são considerados seus discípulos. Os tropicalistas também foram lembrados pelo Clarín, veículo argentino, que afirma que a identidade criada por Gilberto mudou a música do país.

O italiano Corrierre della Sera, que descreveu João Gilberto como "o último gênio da bossa nova, estilo que levou a música brasileira para o mundo", recordou sua paixão pelo país —ele conheceu a Itália ainda nos anos 1960, com uma série de shows em Versilia e programas para o canal de televisão Rai. De lá, ele regravou sucessos como "Estate", do compositor Bruno Martino.

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