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Cinema

Longa francês tem momentos bons e outros no piloto automático

'Os Dois Filhos de Joseph' fala de três homens de diferentes gerações, pai e filhos

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Os Dois Filhos de Joseph

Avaliação: Bom
  • Quando: Estreia nesta quinta (1º)
  • Classificação: 12 anos
  • Elenco: Vincent Lacoste, Benoît Poelvoorde, Mathieu Capella
  • Produção: França/Bélgica, 2019
  • Direção: Felix Moati

O início de "Os Dois Filhos de Joseph" faz com que acionemos um sinal de alerta, por parecer muito derivativo: um senhor de meia idade anda por um depósito acompanhado de um menino, que o observa atentamente, ao som de um jazz sinuoso.

Como vemos o ator de costas, e desse ângulo pode muito bem ser Olivier Gourmet esse ator, no caso, o protagonista de "O Filho", longa dos muito imitados irmãos Dardenne, a lembrança se torna inevitável. Aos poucos percebemos que o ator não é Gourmet, mas o igualmente ótimo Benoît Poelvoorde, que interpreta Joseph.

Joseph está ali para ver o caixão do enterro de seu irmão, e com ele está um dos dois filhos do título: Ivan (Mathieu Capella), o mais jovem. O outro filho será apresentado na cena seguinte. É Joachim (Vincent Lacoste, de "Amanda"), que chega atrasado para uma aula na universidade.

Joseph é um médico bem-sucedido que resolve deixar a carreira de lado para se dedicar à escrita de um livro. Como escritor, parece medíocre, mas o status de criador lhe parece mais importante que o de profissional da saúde.

Joachim é o jovem perdido que não sabe exatamente como seguir a carreira acadêmica e vive de flertes com mulheres, incluindo sua própria prima. Ele definitivamente não quer saber de muitas responsabilidades, ou é incapaz de assumi-las.

Ivan é a consciência de tudo, aquele que detém o principal ponto de vista do filme. Tem apenas treze anos, mas dá um banho no pai e no irmão mais velho em matéria de bom senso. É apaixonado por uma garota de sua classe escolar, mas ela, como todas as garotas dessa idade, prefere meninos mais velhos.

A relação dos três se desenvolve aos tropeços e esbarrões, e o filme vai ganhando força, meio que do inesperado, das pequenas coisas. Temos um acúmulo de detalhes sensíveis que constroem um todo interessante, embora não completamente bem sucedido.

É o típico filme médio que cineastas franceses fazem por vezes bem, por vezes no piloto automático. O curioso é que não raro essas qualificações estão no mesmo filme, anternando-se dialeticamente numa progressão perigosa.

Em "Os Dois Filhos de Joseph", notamos claramente os momentos de piloto automático. Mas os momentos mais interessantes, em que o diretor se oferece ao risco e, com isso, à poesia desmedida, valorizam a interação dos atores e fortalecem o drama desses três homens de diferentes gerações.

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