Siga a folha

Após polêmica, Paulo Coelho diz que biógrafo de Raul 'quer apenas vender o livro'

'Não Diga que a Canção Está Perdida', do jornalista Jotabê Medeiros, cita suspeita de que o cantor teria entregado o escritor à ditadura

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Paulo Coelho foi novamente ao Twitter na tarde desta quinta (24) para comentar as suspeitas de que Raul Seixas teria delatado o escritor à ditadura militar, nos anos 1970.

“Começo a ter sérias dúvidas dos documentos que o Jotabê Medeiros me enviou, dizendo e insistindo que Raul tinha me denunciado”, ele escreveu na rede social. “O que se passou entre Raul e eu fica entre nós.”

Desde a última quarta (23), Coelho está reagindo à matéria publicada pela Folha, sobre o livro “Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida”, do jornalista Jotabê Medeiros. A biografia traz um documento que levanta suspeitas de que Seixas poderia ter colaborado com a polícia política na prisão de Coelho, em 1974.

No Twitter, Coelho também disse acreditar que o jornalista “quer apenas vender a porra do livro”.

Coelho mudou o discurso em relação ao ​que havia publicado um dia antes. “Fiquei quieto por 45 anos. Achei que levava segredo para o túmulo”, ele escreveu, com um link para a matéria da Folha. A declaração gerou grande repercussão, especialmente nas redes sociais.

Horas depois, ele publicou que “não confirmei e não confirmo nada. Apenas vi o documento e me senti abandonado na época. Por isso que não quis dar entrevista”. Os dois tuítes já foram apagados.

Conforme relata o livro, o caso aconteceu em maio de 1974, quando Raul e Coelho desfrutavam do sucesso de “Krig-ha, Bandolo!”, disco lançado no ano anterior e que já tinha mais de 100 mil cópias vendidas. 

Segundo Medeiros, Raul havia sido chamado para dar um depoimento no Dops, o Departamento de Ordem Política e Social da ditadura militar, e ligou para o amigo para acompanhá-lo e ajudá-lo a dar os esclarecimentos sobre as músicas que haviam feito em parceria.

Paulo Coelho não sabia, mas essa não era primeira vez naqueles dias que Raul ia ao prédio. O autor de “O Alquimista” passou por sessões de tortura por duas semanas.

“Comparei as datas e vi que, entre o primeiro depoimento de Raul ao Dops e o segundo depoimento, no qual ele levou Paulo Coelho, demorou pouquíssimo tempo”, disse Medeiros em entrevista à Folha.

Apesar de levantar a suspeita, o livro de Jotabê Medeiros não crava que Raul tenha de fato entregado Coelho à ditadura, já que mesmo os papéis oficiais não são conclusivos.

“Raul Seixas: Não Diga que a Canção Está Perdida” chega às lojas no próximo dia 1º.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas