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Descrição de chapéu Livros

Livros nos levam a lugares imaginários durante isolamento

Entre as dicas para quem está em casa, estão 'O Silmarillion', de Tolkien, e 'O Castelo', de Kafka

Ian McKellen (esq.) e Elijah Wood, como Gandalf e Frodo, em "O Senhor dos Anéis" - Divulgação

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São Paulo

A literatura é profícua na criação de uma geografia imaginária. Os lugares fantásticos povoam livros há séculos --e não é porque não existem que não falam da nossa realidade. Às vezes, é preciso recorrer à fantasia para dar conta do real.

O americano Herman Melville, autor de ''Moby Dick'', chegou a escrever que os lugares verdadeiros mesmo não estão registrados nos mapas.

Podemos nos lembrar da Cidade das Esmeraldas, em Oz; do País das Maravilhas, visitado por Alice; da ilha onde Calipso mantém Ulisses cativo, na ''Odisseia'', e tantos outros.

Se olharmos o além descrito por Dante na ''Divina Comédia", veremos um lugar que tem sua arquitetura --um inferno formado por círculos, por exemplo. Outro clássico é ''Utopia'', ilha imaginada por ThomasMore onde havia uma espécie de comunismo (mas onde mulheres estavam submetidas ao marido, e a escravidão ainda existia, diga-se).

Não é porque só estão nos livros que esses lugares não existam a seu modo. Os heróis que visitam tais regiões míticas encontram nelas gênios em garrafas, dragões a guardar cavernas, elixires mágicos que podem trazer a imortalidade.

Enquanto o novo coronavírus ameaça a convivência nas cidades e é preciso ficar em casa, uma boa ideia é visitar esses lugares que fazem parte da herança cultural da humanidade. Aqui vai uma lista de livros para conhecê-los.

'O Silmarillion' (Harper Collins), de J. R. R. Tolkien

Para quem se interessa pela Terra Média, este livro --em nova tradução, de Reinaldo José Lopes-- narra o passado mítico ao qual os personagens de '' O Hobbit'' e ''O Senhor dos Anéis'' se referem.

Os contos escritos pelo autor se passam em vários lugares no mundo imaginário de Arda, onde fica a Terra Média. A primeira história, uma cosmogonia, narra a criação desse mundo por Eru Ilúvatar, o deus supremo.

'Harry Potter' (Rocco), de J. K. Rowling

É um best-seller cujo sucesso editorial se conta na casa dos milhões. Se você não leu até hoje, a saga do bruxo completa 20 anos de publicação no país e ganha edições especiais em capa dura. O lugar imaginário a se visitar é Hogwarts, a escola de magia.

Na divertida tradução de Lia Wyler, a saga de ares dickensianos --mas com mágica-- conta a história do menino órfão que descobre ser bruxo e precisa combater o arquivilão Lorde Voldemort. Uma clássica saga do herói, na qual vemos o amadurecimento de Harry e de seus amigos.

'A História Verdadeira' (Ateliê Editorial), de Luciano de Samósata

Pouco conhecido, este clássico grego sobre lugares imaginários, escrito no século 1º a.C., é um dos fundadores do que hoje chamamos ficção científica. O autor descreve uma viagem à Lua para ridicularizar a sociedade do seu tempo. Além da viagem sideral, ele descreve outros lugares fictícios, como a Ilha dos Abençoados, que está sempre na penumbra e é toda construída com ouro e com muralhas de esmeralda.

Apesar do título da obra, o autor já alerta logo no começo: "Você não encontrará pela frente uma única palavra verdadeira. Nenhuma. Escrevo sobre fatos que nunca vi, nem vivi. De que nem sequer ouvi falar. Sobre o que não existe, nem jamais poderia existir".

'O Castelo' (Companhia das Letras), de Franz Kafka

Uma das grandes histórias legadas por Kafka, conta a história de K., personagem que chega a uma aldeia fria, vê o castelo ao qual tentará chegar, sem nunca ter sucesso, sempre impedido pelos burocratas. A obra foi escrita em 1926 e nunca concluída pelo escritor.

Ninguém pode dormir naquela aldeia sem pedir autorização, e os habitantes são estranhos, com crânios que parecem achatados pelo que parecem ter sido pancadas. A neve cobre sempre a aldeia, às vezes até durante o verão. A tradução é de Modesto Carone, morto em dezembro do ano passado.

'Alice no País das Maravilhas' (Darkside), de Lewis Carroll

Este clássico alimentou a cultura erudita, a cultura pop, a psicanálise, a filosofia e por aí vai. Muita gente já leu, mas sempre se vê algo novo ao cair com Alice no buraco do coelho para conhecer o País das Maravilhas. É uma história que fascina crianças e também os adultos.

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