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Nova série da Netflix tenta, sem sucesso, imitar 'Sex and the City'

Inspirada em coleção de livros sobre escritora espanhola, 'Valeria' diverte, mas desperta saudades de Carrie

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Valeria

Avaliação: Regular
  • Onde: Disponível na Netflix
  • Elenco: Diana Gómez, Silma López, Paula Malia e Teresa Riott
  • Direção: Inma Torrente e Nely Reguera

Um seriado em que a personagem principal é uma escritora na casa dos 30 anos moradora de uma grande cidade. Sentada à mesa de casa, ela encara seu notebook em busca de inspiração. Às vezes, também escreve em um café. E, ao cair do dia, encontra três amigas para falar de relacionamentos e sexo. Esse é, mais ou menos, o resumo de “Valeria”, o novo seriado espanhol da Netflix.

Difícil imaginar uma série que se passe em um escritório qualquer com um chefe sem-noção sem pensar em “The Office”, ou uma em que amigos são vizinhos de porta num prédio sem pensar em “Friends”. Pois também fica difícil assistir a “Valeria” e não pensar em “Sex and the City”. Os roteiristas e criadores têm de aceitar que algumas séries já puseram o sarrafo muito alto em suas linhas gerais temáticas.

Estão ali a amiga tímida e romântica, a louca por sexo falastrona e a advogada competente travada.

Estamos, porém, longe da era do desbunde da qual Carrie era um símbolo, mas sim na Madri pós-crise de 2008. No lugar de drinques em bares da moda, cervejas na calçada e festas em apartamentos. No lugar de Manolos Blahniks e Chanéis, tênis e combinações coloridas saídas da H&M.

Estamos agora, também, na era do WhatsApp e do Tinder, que desempenham um papel importante na trama. A série abusa do recurso já manjado de troca de mensagens que aparecem na tela.

“Valeria”, nome da protagonista, é baseada numa série de quatro livros —e um spin-off— de 2013 da escritora espanhola Elísabet Benavent, que começou com autopublicação na internet e, ainda não traduzida no Brasil, alcançou um grande sucesso de vendas.

A adaptação é divertida, cheia de cores e de belas locações, e tem mais cenas de sexo do que a série das nova-iorquinas. Há, também, uma tentativa de representar uma maior diversidade, já que uma das amigas é lésbica, mas o resultado é tímido –todas são brancas e nenhuma é imigrante, por exemplo.

Embora o elenco feminino seja excelente e consiga entregar um entrosamento crível para amigas de 30 anos confusas com o futuro, os atores homens principais têm atuação sofrível, exalando uma sensualidade juvenil, cheia de olhares estranhos, que remete a “Crepúsculo”.

Os diálogos parecem, por vezes, saídos de postagens de redes sociais e manuais do politicamente correto, deixando pouco espaço para a polêmica.

No fim, dá mesmo é aquela vontade de fazer um Cosmopolitan e pegar os DVDs das temporadas de “Sex and the City”.

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