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Van Halen é melhor invenção desde a eletricidade, relatou a Folha na turnê de 1983

Banda de Eddie van Halen, morto nesta terça, veio ao Brasil uma única vez

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São Paulo

Morto nesta terça-feira (6) aos 65 anos, em decorrência de um câncer na garganta, o guitarrista Eddie van Halen veio ao Brasil com a banda que leva seu sobrenome uma única vez, em 1983. Foram nove shows —dois dos quais a Folha acompanhou, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Mesmo que tenham sido marcadas por problemas técnicos, as apresentações escancararam o talento de Eddie, então com 27 anos, e a magnitude do Van Halen, que já era um sucesso na época e, com o tempo, se consolidou como uma das mais importantes bandas de rock da história.

"Van Halen é a maior invenção desde o advento da eletricidade", disse um fã ao repórter Pepe Escobar, que assistiu aos shows e entrevistou Eddie para este jornal durante sua passagem por solo brasileiro.

Lotado, o Ginásio do Ibirapuera viu seus assentos serem disputados por fãs brasileiros de rock que, na época, ainda eram pouco acostumados com a presença de grandes grupos estrangeiros no país. Foram cerca de duas horas de show, que provocaram no público "o desvario ou a catatonia".

Foi o talento do grupo que segurou os shows, marcados pela falta de infraestrutura do espaço. Falhas na iluminação, sumiço de parte do som, falta de equalização e até a guitarra de Eddie, que travou, não colaboraram na primeira e única passagem do grupo de hard rock pelo Brasil.

Mas os problemas não impediram que a banda e especialmente seu guitarrista fizessem os fãs "entrarem em transe", como descreveu Escobar. "É Eddie Van Halen, na guitarra, o fator X de desequilíbrio", escreveu.

"Não é por acaso que esse garoto, tocando um uma guitarra 'handmade' que lhe custou apenas US$ 200 é considerado um dos melhores do mundo por Carlos Santana, Frank Zappa, Andy Summers e críticos e leitores de revistas especializadas. A maior parte dos grupos de rock pesado possui até três ou quatro guitarristas. Eddie, sozinho, faz o que todos estes talvez vislumbrem em sonhos."

Em entrevista à Folha após um dos shows, Eddie falou ao repórter sobre os problemas técnicos que a banda enfrentou. Parecia incomodado, mas não o suficiente para perder o jeito atencioso e a simplicidade.

Reprodução da capa da Ilustrada de 24 de janeiro de 1983, que destacava o show do Van Halen em São Paulo - Acervo Folha

"Veja, nós viemos para o Brasil porque tínhamos muita vontade de tocar aqui, não se trata de uma questão de lucro. Cada um de nós está ganhando muito pouco nesta excursão pela América do Sul, pode até ser que percamos dinheiro", disse o guitarrista.

"Quando surge um problema desses, é claro que ficamos irritados. Não dá para dizer de quem é a culpa. Tentamos sempre dar o melhor possível ao público, mas é difícil tocar quando você sabe que tudo está saindo errado."

Sobre a relação de seu talento com o heavy metal —ou o hard rock—, o músico destacou seu "amor pela batida, pelo ritmo, pelo som e pela própria música".

"Este tipo de rock é um formato limitado, mas um músico o pode expandir como quiser. Fiquei contente quando as pessoas perceberam que eu consegui fazer com a guitarra coisas que ainda não tinham sido tentadas", afirmou.

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