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Cinema mostra de cinema

Terror 'A Condessa' usa Cortázar e cadáveres em alegoria algo familiar

Embora venha de honduras, o filme nos faz lembrar muito de outro país que conhecemos bem

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A Condessa

Avaliação: Bom
  • Classificação: 12 anos
  • Elenco: Luz Nicolas, Soraya Padrao, Diana Pou, Yaritza Owen
  • Produção: Honduras/Estados Unidos, 2020
  • Direção: Mario Ramos

Logo no início de “A Condessa”, quando quatro personagens chegam à velha e distante mansão onde se passará a ação, uma das moças se lembra de um conto de Cortázar, “A Casa Tomada”. Fala de uma grande casa (como esta) habitada por irmão e irmã, que pouco a pouco vai sendo habitada por estranhos personagens, que nunca sabemos quais são, mas que ocupam um espaço cada vez maior, até que os irmãos abandonam a casa e jogam a chave fora.

A moça, Paola, interpreta o conto como uma alegoria da Argentina feita pelo escritor. Faz sentido; afinal, Cortázar foi praticamente um exilado ao longo de sua vida.

Que sentido faria a história de “A Condessa” em Honduras, de onde nos chega este filme de Mario Ramos? Não conheço a história desse país o bastante para arriscar nada. Mas, a julgar pelo que acontece ao longo da história, pode até ter algo a ver com o Brasil.

Pois, logo veremos, a velha casa da condessa é tomada por fantasmas que insistem em assombrar, para começo de conversa, Paola. Ela é a estranha da casa, já que só namora um dos irmãos, Eduardo, o mais novo. Quando Paola começa a investigar um pouco os estranhos fantasmas, começa a topar com um misto de sangue, cadáveres, coisas horrendas.

Sua primeira e pouco brilhante ideia é informar o fato à polícia. Felipe, o irmão mais velho, se opõe a isso. Afinal, busca preservar a honra da família. Desde então, o filme começa a descarrilhar. Afinal, em que esconder uma pilha de cadáveres que, além do mais, têm o mau hábito de assombrar os vivos, poderia ferir “el honor” familiar que tanto deixa Eduardo preocupado.

Mas, é bom que se saiba, estamos em pleno cinema de terror. Ninguém deixará a casa, muito menos jogará a chave fora. É como se sair daquele lugar fosse impossível antes que uma nova onda de aparições terríveis e de revelações constrangedoras (para a família) aconteça,

O tempo passa (essa ação aconteceu em 1979) e outro casal chega à casa. Agora, o casal é composto por duas mulheres. Uma delas, escritora, é da famosa família da condessa. Mas não está preocupada com essas histórias. Sua companheira, Debora, é quem, tendo tempo livre, começa a mexer aqui e ali. Não investiga, só gasta o tempo. Mas acaba topando com coisas mais que suspeitas, inclusive dizendo respeito aos visitantes do começo da história, os que vieram à casa em 1979.

Debora tem a mesma ideia de Paola –ir à polícia. A escritora está pouco ligando para a honra da família, mas quer ver se escreve o livro e depois tratará de ir à polícia. Inútil dizer –nova onda de terror acontecerá, com todos aqueles esqueletos do porão dispostos a assombrar os ainda vivos. Esqueletos no porão? Embora hondurenho, “A Condessa” parece alegoria de um país que conhecemos bem.

Entre mortos (não são poucos) e feridos, “A Condessa” pode muito bem agradar aos fãs do cinema de terror. Também é verdade que, tivesse criado apenas a partir do conto de Cortázar, poderia ter ido mais longe.

A Condessa

Avaliação:
  • Quando: Festival Latino - Foco América Central
  • Onde: Plataforma Sesc Digital

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