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O rock ficou num gueto, diz Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial

Ao lado do baterista Fê Lemos, ele analisa por que o gênero perdeu a força nas últimas décadas

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São Paulo

Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, uma das poucas bandas brasileiras de rock que sobreviveram às últimas décadas, afirmou em entrevista à Folha que o rock não morreu, mas se tornou um gênero voltado a um nicho específico, o que, ao contrário do esperado, ele na verdade diz ver com bons olhos.

Retrato de Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial - Bruno Santos/Folhapress

"O rock ficou 'guetizado'", Dinho afirma. Antes, o país todo era obrigado a consumir uma coisa só, normalmente determinada pelas gravadoras, e hoje temos de tudo. Mas não falta público para o rock. O U2 continua lotando estádios de futebol, o João Rock vende cada vez mais ingressos, tanto quanto o Lollapalooza. É um sinal de sofisticação da indústria cultural de um país quando você não consegue saber o que está na moda."

Fê Lemos, um dos membros fundadores do Capital Inicial, que também fez parte do Aborto Elétrico, com Renato Russo, assina embaixo. Em sua avaliação, a queda do rock está ainda relacionada ao fim da MTV, que era uma das principais plataformas de divulgação dos roqueiros, e a ascensão do sertanejo.

"São vários fatores. Um deles é que o rock é mais difícil de ser produzido. Se você ligar um amplificador de guitarra na sala de estar, vai ser expulso do condomínio. É preciso ter um estúdio, enquanto outros gêneros, como o funk, podem ser produzidos no quintal, com pouquíssimo investimento."

"O outro é o domínio do sertanejo", o baterista acrescenta. "Até 2010, a gente tocava em todas as feiras agropecuárias no interior do Brasil. Tinha uma noite para o pop rock. Com o domínio dos empresários do sertanejo, que investem milhões para lançar seus artistas, o espaço do rock sumiu."

O Capital Inicial comemora 40 anos em 2022. Para a celebração, o grupo lança cinco músicas inéditas, além de um disco e um DVD com regravações de clássicos ao lado de figuras que acompanharam tanto o passado quanto o presente de sua trajetória, como Pitty e Marina Sena.

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