Hadi Matar, suspeito do ataque ao escritor Salman Rushdie em um evento no interior do estado americano de Nova York nesta sexta (12) foi formalmente acusado de tentativa de homicídio e está detido, sem possibilidade de fiança, pela promotoria do condado de Chautauqua neste sábado (13). Ainda segundo o órgão, o crime foi premeditado, informa o jornal The New York Times.

Matar, um homem de 24 anos morador de Fairview, no estado de Nova Jersey, é também acusado de agressão com uso de arma, disse o promotor distrital local, Jason Schmidt, em comunicado.

O suspeito, que foi preso no local, compareceu na tarde deste sábado ao Tribunal do Condado de Chautauqua. No local, os promotores disseram que o ataque ao autor foi premeditado e direcionado. Matar, dizem, viajou de ônibus para o evento, na cidade a cerca de sete horas da cidade de Nova York, e comprou um ingresso para a palestra de Rushdie, na manhã de sexta.

No tribunal, ele usava um macacão listrado, algemas, algemas e sapatos cor de laranja brilhantes e não falava, ainda segundo relatou o jornal The New York Times. O defensor público Nathaniel Barone diz que seu assistido tem direito à presunção de inocência.

​Rushdie, escritor anglo-indiano que passou anos escondido depois que o Irã pediu aos muçulmanos que o matassem por causa de seu romance "Os Versos Satânicos", foi esfaqueado no pescoço e no torso enquanto ele se preparava para uma palestra. Após horas de cirurgia, Rushdie estava sob ventilação e incapaz de falar.

A Reuters não conseguiu identificar imediatamente se Matar, que comprou um ingresso para o evento na Chautauqua Institution, no oeste do estado de Nova York, tem representação legal.

Uma análise preliminar das redes sociais de Matar por parte das autoridades policiais mostrou que ele era simpático ao extremismo xiita e ao Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica, conhecido popularmente como Guarda Revolucionária Iraniana, segundo a NBC de Nova York.

Matar nasceu na Califórnia e se mudou recentemente para Nova Jersey, disse a reportagem da NBC, acrescentando que ele tinha consigo uma carteira de motorista falsa.

As polícias de Nova York e Nova Jersey não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre a reportagem da NBC.