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Quem é Maria Firmina dos Reis, primeira escritora negra homenageada na Flip

Autora publicou o pioneiro romance 'Úrsula' no século 19 e vem sendo resgatada em pesquisas recentes

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São Paulo

A escritora maranhense Maria Firmina dos Reis foi anunciada nesta terça-feira como a homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty, a primeira mulher negra a ocupar o posto em 20 edições de evento.

Firmina é tida como a primeira mulher a publicar um romance no Brasil, com "Úrsula", de 1859. Até hoje considerado sua obra-prima, o livro traz no centro triângulos amorosos tangenciados por pessoas escravizadas —uma humanização pouco comum na época— e é catalisado pelo movimento abolicionista de então.

Obra vencedora de um concurso realizado pela Flup (Festa Literária das Periferias) para recriar o rosto de Maria Firmina dos Reis, feita pelo artista João Gabriel dos Santos Araújo - Reprodução

"Úrsula" é possivelmente o primeiro romance publicado por uma mulher negra na América Latina, segundo o portal de literatura afro-brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais, e passou boa parte século que se seguiu à morte da autora, em 1917, esquecido como ela.

Hoje, vem sendo resgatado tanto por pesquisadores quanto por editoras, tendo versões recentes na Antofágica, na Penguin-Companhia e na Zouk, por exemplo. Foi um dos eleitos no projeto recente tocado pela Folha que elegeu 200 livros para entender o Brasil, com gancho no bicentenário da Independência.

Há poucas informações precisas sobre a escritora —efeito da invisibilização de sua trajetória, algo recorrente na história literária negra que vem sendo revertido nos anos mais recentes— e as imagens que existem dela são estimativas feitas após sua morte.

O que se estima é que Firmina nasceu em São Luís há 200 anos, filha de uma mulher alforriada da escravidão e um professor branco num Brasil recém-independente.

Foi professora primária e colaboradora frequente da imprensa de sua época, veiculando um ideário antiescravista e atuando como pesquisadora de culturas orais, e morreu na pobreza com mais de 90 anos de idade.

Publicou em vida também os volumes de poemas "Parnaso Maranhense", de 1861, e "Cantos à Beira-Mar", de 1871, e o conto "A Escrava", editado um ano antes da abolição, em 1887.

Lembre quem foram os homenageados das edições anteriores da Flip

2021 e 2020: Não houve

2019: Euclides da Cunha

2018: Hilda Hilst

2017: Lima Barreto

2016: Ana Cristina Cesar

2015: Mário de Andrade

2014: Millôr Fernandes

2013: Graciliano Ramos

2012: Carlos Drummond de Andrade

2011: Oswald de Andrade

2010: Gilberto Freyre

2009: Manuel Bandeira

2008: Machado de Assis

2007: Nelson Rodrigues

2006: Jorge Amado

2005: Clarice Lispector

2004: Guimarães Rosa

2003: Vinicius de Moraes

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