Steve Albini, roqueiro e engenheiro de áudio reverenciado por sua contribuição para o desenvolvimento da sonoridade da música alternativa a partir dos anos 1980, morreu na terça-feira em sua casa em Chicago, nos Estados Unidos, aos 61 anos. O músico gravou álbuns aclamados de Nirvana, PJ Harvey, Pixies e centenas de outros artistas, e foi um crítico contundente da indústria musical.
A causa foi um ataque cardíaco, de acordo com Taylor Hales da Electrical Audio, estúdio em Chicago que Albini fundou em 1997
Com uma visão afiada de como as gravações deveriam acontecer e uma língua ainda mais afiada para tudo o que ele considerava medíocre, Albini foi um dos mais ácidos humoristas do rock. Ele também foi um crítico contundente da exploração das grandes gravadoras, descrevendo em um artigo de 1993, "O Problema com a Música", as maneiras como bandas ingênuas são atraídas para grandes contratos com gravadoras que, na maioria dos casos, as deixam quebradas e endividadas.
Nos anos 1990, quando seu trabalho como engenheiro de gravação —ele zombava de ser chamado de "produtor"— estava em alta demanda, no entanto, Albini aceitava cheques gordos para produzir bandas de gravadoras importantes. Mas essas bandas trabalhavam com ele por sua própria conta e risco; naquela época, Albini também era conhecido por ridicularizar grupos que ele gravava.
"Nunca vi quatro vacas mais ansiosas para serem conduzidas por seus anéis de nariz", escreveu depois de gravar "Surfer Rosa", álbum de 1988 da banda Pixies, que se tornou um dos clássicos do rock alternativo dos anos 1980. Mesmo assim, Albini permaneceu um amigo próximo de Kim Deal, a baixista do grupo, e gravou seu projeto solo, The Breeders.
Como músico, Albini liderou as bandas Big Black nos anos 1980 e, desde 1992, Shellac, ambas abusando de guitarras altas e cruas e vocais raivosos e gritantes. Nenhuma alcançou grande sucesso comercial, mas foram influentes. Albini era visto como um profeta tanto por seu rock agressivo, quanto por sua ética de trabalho desafiadora e artesanal.
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