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Como 'Guardiões da Galáxia', de James Gunn, fez do elenco o seu principal motor

Franquia, antes azarão, chega ao terceiro capítulo como joia do Marvel Studios e com atores à frente de carrossel espacial

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São Paulo

Quando "Guardiões da Galáxia" foi lançado, em 2014, o filme era um azarão. O Marvel Studios, então em seu décimo longa-metragem, apostava em personagens desconhecidos, que incluíam um guaxinim falante e uma árvore antropomorfizada. Sem estrelas no cartaz ou um diretor famoso, a produção era um risco à sequência de sucessos do estúdio.

Nove anos depois, a franquia chega ao terceiro capítulo, com os nomes Rocket Raccoon e Groot populares. A esperança é que a continuação seja a melhor bilheteria do ano para o estúdio, que vive sua maior turbulência em 15 anos. Mas "Guardiões da Galáxia Vol. 3" é um filme de despedidas —e o elenco sabia disso desde as filmagens.

Sean Gunn, Chris Pratt, Karen Gillan, Dave Bautista e Pom Klementieff em cena de 'Guardiões da Galáxia Vol. 3' - Divulgação

"Foi uma produção mais emocional", diz Pom Klementieff, atriz que vive a heroína Mantis desde o segundo volume da série. "Há uma cena mais para o fim em que nós estamos reunidos num círculo e percebemos que era o último momento em que estávamos juntos. A emoção naquela hora é real. Não é atuação."

O tom do filme acompanha o sentimento. Depois de duas aventuras dominadas pelo humor, o terceiro volume é mais sério. Os protagonistas se veem diversas vezes em situação de perigo, e um deles se encontra à beira da morte. Mesmo a trilha sonora, marca da franquia, começa com a versão mais deprimida de "Creep", do Radiohead.

Ao menos três nomes do elenco dão adeus aos seus personagens no filme —Zoë Saldaña, que interpreta a mercenária Gamora, Dave Bautista, que vive o musculoso Drax, e Karen Gillan, que faz a vilã tornada heroína Nebulosa.

Diretor e roteirista de toda a franquia, James Gunn também está de saída. Ele vai chefiar a DC Films, rival da Marvel nos cinemas. O trabalho começa em 2025 com um novo filme do "Super-Homem", que ele vai dirigir.

A promoção de Gunn na concorrência é mérito do sucesso de "Guardiões da Galáxia" na década. Mas a boa reputação com a equipe pavimentou o caminho. O clima de camaradagem dos filmes tomou conta dos sets de filmagem, e o elenco se uniu em torno dele.

Chukwudi Iwuji, que vive o vilão Alto Evolucionário no novo filme, diz que a boa atmosfera do set é uma das escolhas criativas do diretor. "Gunn gosta de se cercar de pessoas que considera boas. A escolha não é feita com base só no talento ou valor de mercado. Você tem que ser alguém que se relacione bem com os outros. As filmagens levam essa energia."

Miriam Shor, Chukwudi Iwuji e Nico Santos em cena de 'Guardiões da Galáxia Vol. 3' - Jessica Miglio/Divulgação

A amizade de Gunn com os atores impacta o roteiro. No caso de Mantis, Klementieff diz que o papel ganhou mais cenas de ação depois que ela pediu ao diretor. A atriz diz que ele mudou o desenvolvimento da heroína do segundo para o terceiro filme, conforme as necessidades da artista, o que a permitiu ser mais do que um alívio cômico.

Ela considera a mudança importante, dado o perfil emotivo do papel —em caráter literal, afinal, a heroína manipula emoções. "Amo fazer a Mantis, porque posso ser muito esquisita com a personagem, mas com o coração. Ela se importa muito com os amigos, que, no fundo, são tratados como sua família."

O trabalho de Gunn com o elenco também é importante para estabelecer novos personagens, que conseguem ser tão estranhos quanto os originais. É o caso de Adam Warlock, figura vivida por Will Poulter neste terceiro episódio.

Will Poulter em cena de 'Guardiões da Galáxia Vol. 3' - Jessica Miglio/Divulgação

O herói é apresentado como o mais poderoso representante de uma espécie de pele dourada, que foi vilã do segundo filme da franquia. A concepção vem dos quadrinhos, onde o personagem é um equivalente de Jesus Cristo da Marvel.

No filme de Gunn, porém, Warlock é tratado tanto como um adversário quanto um elemento de humor. A mistura permitiu ao ator dissolver o perfil divino do personagem, tornando-o mais acessível.

"Independente do quão malucas ficam as coisas em ‘Guardiões da Galáxia’, tudo é estabelecido em um conceito de humanidade", afirma Poulter. "Com meu personagem, apesar de ele ser um tipo excêntrico, Gunn garante que esteja de acordo com o tom do filme."

Encontrar um balanço entre deus e homem em uma aventura espacial foi um dos desafios de Gunn neste filme. Chukwudi Iwuji diz que foi orientado a viver o Alto Evolucionário de forma verdadeira, apesar das suas intenções megalomaníacas. Na história, o vilão busca desenvolver a sociedade perfeita.

"James [Gunn] insistia que não fôssemos irônicos com os papéis, mesmo em momentos malucos. Assim, as falas mais inconcebíveis eram a base dos melhores momentos."

Guardiões da Galáxia Vol. 3

Avaliação:
  • Quando: A partir do dia 4
  • Onde: Nos cinemas
  • Classificação: 10 anos
  • Elenco: Chris Pratt, Zoë Saldaña, Karen Gillan
  • Produção: Estados Unidos, 2023
  • Direção: James Gunn

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