Conheça as peças dirigidas por Aderbal Freire-Filho, defensor do teatro carioca
Diretor se notabilizou por reforçar a natureza literária de suas peças, encenando clássicos como 'Hamlet' e 'Moby Dick'
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O diretor Aderbal Freire-Filho, morto nesta quarta-feira, aos 82 anos, se tornou o principal nome da cena teatral carioca no século 21. No Poeira, teatro administrado pelas atrizes Andréa Beltrão e Marieta Severo, esta última sua mulher desde 2004, ele concebeu peças que propunham o diálogo entre a literatura e o teatro.
Na peça "Moby Dick", encenada em 2009, ele recriou o mar metafísico do escritor americano Herman Melville no espaço vazio do teatro. Cinco anos antes, ele havia feito uma incursão pela literatura brasileira, com "O Púcaro Búlgaro", do escritor Campos de Carvalho. No Poeira, também se tornaram memoráveis os títulos "As Centenárias", de 2010, e "Incêndios", de 2013.
A relação de Freire-Filho com a literatura já havia se estabelecido com o seu grande interesse pela obra de William Shakespeare. Há 15 anos, Wagner Moura atuou numa montagem de "Hamlet", que causou frisson em público e crítica.
Nos anos 1970, fundou o Grêmio Dramático Brasileiro, dirigindo peças nacionais. Com o tempo, Freire-Filho se notabilizou por ser um ardoroso defensor do teatro, incentivando a formação de plateia e de novas gerações de atores no Rio de Janeiro.
Nos anos 1990, ocupou o Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, à época desativado. Também dirigiu o Teatro Carlos Gomes, no centro da capital fluminense, montando "A Senhora dos Afogados", de Nelson Rodrigues.
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