Chechênia proíbe músicas com ritmos diferentes das canções tradicionais

Ministério da Cultura da região vetou composições rápidas ou lentas e afirmou que medida visa proteger a cultura local

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São Paulo

As autoridades da Chechênia, região da Rússia, decidiram impor limites sobre a música ouvida pelos seus habitantes. Canções que não tenham de 80 a 116 batidas por minuto estão proibidas, segundo o Moscow Times.

A decisão foi divulgada por Musa Dadayev, ministro da Cultura do país, na sexta-feira, 5, como forma de preservar a cultura local.

A maioria da população da Chechênia é conservadora e muçulmana, e a música popular e tradicional da região geralmente está na faixa de 80 à 116 BPM.

Com a nova lei, alguns artistas locais serão obrigados adaptar suas músicas até 1º de junho. Caso contrário, eles não seriam autorizados a se apresentar em público, segundo Dadayev.

Nesta imagem, Rada, de 14 anos, experimenta o vestido de casamento desenhado por sua irmã em um ônibus durante o ensaio para um filme. A mostra "Spasibo", de fotografias de Monteleone, fica até 3 de novembro na Galeria Saatchi, em Londres. Davide Monteleone/

"Um grupo de ativistas pró-Kadyrov aparece na principal praça da cidade para a celebração do 10º aniversário do dia da Constituição. Ao fundo estão a mesquita central e os arranha-céus de Grozny, o maior símbolo da reconstrução da região com os esforços de Kadyrov e o dinheiro de Moscou", diz Monteleone. Davide Monteleone/

Forças de segurança aparecem na foto no mesmo evento. "Mesmo que eu venha da tradição de fotografia documental, meu objetivo não é só informar, mas criar imagens que sejam a interpretação de uma ideia. Quero que o público das fotos fique curioso sobre o objeto da minha pesquisa e comece também a investigar", afirma o fotógrafo. Davide Monteleone/

Na academia central de Grozny, na Tchetchênia, uma prática de luta acontece sob os retratos do atual presidente russo Vladimir Putin, de Akhmad Kadyrov, presidente checheno assassinado em 2004, e seu filho, Ramzan Kadyrov. Akhmad Kadyrov foi uma figura dominante na política local. Ele foi nomeado para a presidência da Tchetchênia em 2007 por Putin e quase que unanimemente aprovado pelo Parlamento local. Davide Monteleone/

As fotografias documentando a vida na Chechênia estão em uma exposição de fotografias do italiano Davide Monteleone, em Londres. Ele é vencedor do 4º Prêmio de Fotojornalismo Carmignac Gestion, um dos mais prestigiados do mundo. Monteleone esteve na Tchetchênia entre o fim de 2013 e o início de 2014 para realizar este projeto. Davide Monteleone/

Nesta imagem, uma garota aparece rezando na única madrassa (escola religiosa islâmica) oficial para meninas na Tchetchênia e na Rússia. "Essa é uma das madrassas mais antigas, onde mulheres e meninas podem estudar a religião islâmica", conta Monteleone. Davide Monteleone/

De acordo com Monteleone, a imagem mostra um grupo de homens deixando a mesquita de Akhmad Kadyrov, oficialmente conhecida como 'O coração da Tchetchênia', após as preces de sexta-feira. "O islamismo, tão reprimido lá, agora é fortemente promovido", diz. Davide Monteleone/

"Há poucos resquícios da religião Ortodoxa na Tchetchênia. A maior parte da minoria cristã russa deixou a região no início dos anos 1990, durante a criação do Estado independente checheno", explica. Davide Monteleone/

Rodeada por território russo em quase todos os lados, a Tchetchênia também compartilha uma fronteira distante com a Geórgia, nas montanhas do Cáucaso. Rica em petróleo, a economia e a infraestrutura da república ficaram em ruínas após anos de guerra entre separatistas locais e forças russas, combinada com banditismo armado e crime organizado. Davide Monteleone/

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