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Descrição de chapéu
Silvio Santos

Looks de Silvio Santos traduziam a simplicidade do 'homem do povo'

Dono do SBT usava terno na TV e camisa florida nas férias, enquanto nomes como Faustão apostavam em grifes de luxo

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São Paulo

Silvio Santos foi conservador no seu visual, diferenciando o traje dito sério, reservado para o trabalho, do relaxado, para os momentos de lazer. Era uma maneira tradicional de pensar em seu guarda-roupa, que tinha alguma graça, mas jamais arroubos fashionistas como os de seu concorrente Fausto Silva.

Em todas as suas décadas no SBT, o apresentador, morto neste sábado aos 93 anos, aparecia sempre de terno, impecável, em tons sóbrios como o azul-escuro, o cinza e o preto, além de um discreto lencinho colorido no bolso do paletó, que quebrava a sisudez.

Silvio Santos veste seu tradicional terno, em programa com Mariette - Divulgação

Ao assistir à televisão aberta, o contraste de seus looks com os de seu principal concorrente dominical, Faustão, era evidente mesmo para quem não é fashionista. Enquanto Faustão desfilava camisetas de grifes caríssimas —Givenchy, Moschino—, compradas em viagens ao exterior, com preço de milhares de reais, Silvio era mais discreto, optando por pulseiras e anéis que até poderiam custar caro, mas que, pela forma que eram usados, não se comparavam à ostentação de dinheiro de outros apresentadores.

Silvio também se preocupava com o cabelo, que costumava manter num tom mais escuro, escondendo o branco da idade. Ele pintava os fios com Jassa, cabeleireiro que o atendeu por 40 anos e que também cuidava do visual do apresentador Ratinho e dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Michel Temer. Algumas vezes o tingimento ia parar nos Stories do Instagram enquanto era feito.

Mas nem tudo era seriedade no visual de Silvio. O pai da Tele Sena se soltava mesmo nas tradicionais férias em família em Orlando, nos Estados Unidos, quando apostava numa combinação de cores e estampas maximalista, no estilo tudo ao mesmo tempo agora, sem preocupação de combinar as peças.

Em 2015, por exemplo, rodou a internet uma imagem do apresentador vestindo uma camisa florida —ele tinha uma coleção— com bermuda xadrez e meia também florida. Como se já não fosse informação visual suficiente, Silvio combinou tudo com um sapato dockside —uma espécie de mocassim— amarelo.

Cinco anos mais tarde, Silvio foi de pijamas a um shopping em Orlando, mas por trás da imagem de fofura de um senhor com 89 anos à época estava uma estratégia comercial —a roupa era da marca de seu neto, Tiago Abravanel, e a aparição com este look ambicionava impulsionar as vendas. Típico de um homem de negócios como ele.

Ao se vestir sem a preocupação de combinar A com B —seja porque gostava, seja por estratégia de marketing—, Silvio criava empatia com o público masculino. Basta andar na rua ou frequentar almoços de família aos domingos para ver que sobram homens misturando peças desconexas, sem faro estético, o famoso vou pegar o que ver primeiro no armário.

Neste sentido, o visual de Silvio traduzia a ideia de acessibilidade. Era uma extensão de sua persona afável e engraçada na TV —o homem do povo.

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