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Morre Márcio Souza, autor de 'Mad Maria' e expoente da literatura da Amazônia

Escritor que despontou com 'Galvez, Imperador do Acre' sofreu parada respiratória nesta segunda, aos 78 anos

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São Paulo

O escritor amazonense Márcio Souza morreu na madrugada desta segunda-feira em Manaus, aos 78 anos, após uma parada respiratória que se seguiu a uma crise de diabetes. As informações são da família do autor.

O escritor Márcio Souza, autor de 'Mad Maria' - Folhapress

Souza escreveu "Mad Maria" em 1980, ápice de uma obra dedicada a voltar os holofotes ao Norte do Brasil e à exploração da Amazônia. O livro, que conta a ambiciosa construção da ferrovia Madeira-Mamoré no coração da floresta no começo do século 20, virou uma série badalada da Rede Globo em 2005.

Desde seu primeiro romance, "Galvez, Imperador do Acre", de quatro anos antes, ele já produzia literatura voltada a pinçar episódios históricos da região e discutir seus aspectos sociais e políticos, nem sempre agradando as autoridades locais. Souza chegou a explorar a luta contra a censura em "Operação Silêncio".

Os dois romances têm edições recentes pela Record, além de sua obra de não ficção "História da Amazônia", que cobre do período pré-colombiano até os dias de hoje. O autor também está editado na Valer, que publica obras como "A Caligrafia de Deus" e "A Expressão Amazonense".

Souza estudou ciências sociais na Universidade de São Paulo nos anos 1960, quando já sofria pressões da ditadura militar, que o levaram a intensificar sua atuação na imprensa como crítico e articulista. Nos anos 1980, escreveu neste jornal, em folhetim, o que se tornaria o livro "A Resistível Ascensão do Boto Tucuxi".

Sua produção como dramaturgo foi especialmente visada pelos censores, que vetaram sua peça "Zona Franca, Meu Amor" e o levaram à prisão pela exibição de "A Idade do Ouro". Escreveu ainda "As Folias do Látex e "Tem Piranha no Pirarucu" para o teatro, além de atuar como roteirista e diretor de filmes como "A Selva".

Souza foi ainda professor respeitado em instituições estrangeiras como a Universidade de Berkeley, na Califórnia, deu aulas em Harvard, na Sorbonne e na Universidade Livre de Berlim e foi escritor residente nas americanas Stanford e Dartmouth.

Presidente da Fundação Nacional de Artes, a Funarte, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ele ainda dirigiu a Biblioteca Nacional, o Departamento Nacional do Livro e a Fundação Cultural do Amazonas.

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