Siga a folha

Preços mais baixos seguram onda de distratos em 'cidades rurais'

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Crédito: Mateus Bonomi/Folhapress Vista aérea da cidade de Goiânia com edifícios novos

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Com preços mais baixos e uma produção enxuta, construtoras que atuam em cidades ligadas ao agronegócio conseguiram segurar a onda de distratos (anulação de contratos de compra de imóveis) que abalou grandes centros urbanos, como São Paulo, durante a crise.

"Mantivemos a velocidade de venda e estabilizamos o estoque em cerca de um ano", diz Carlos Alberto Moura, presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) de Goiás até 2017.

A Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) apurou, em seu balanço mais recente, que o preço médio do metro quadrado no terceiro trimestre de 2017 era de R$ 5.368 para a região metropolitana de Goiânia, enquanto na Grande São Paulo chegava a R$ 8.451.

"Regiões ligadas ao petróleo e ao gás, como Macaé e Campos, no Rio, tiveram desempenho pior nos últimos três anos do que as áreas do agronegócio. Estamos neste mercado há oito anos, e o dois últimos foram os melhores da companhia nessas regiões", diz Rafael Menin, presidente da MRV Engenharia, que tem lançamento em Anápolis (GO) previsto para o primeiro trimestre de 2018, dentro do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Esse é o tipo de empreendimento que predomina, em geral, nas cidades mais próximas das lavouras. "O trabalhador precisa morar mais ou menos perto, mas, com as vias cada vez mais pavimentadas, pode ficar a 40 km da área de colheita. E com a safra batendo recordes, ele se sente mais seguro para investir", afirma Gonçalves Neto.

O Sinduscon-MT defende que outros critérios além do número da habitantes, como renda, sejam considerados para limitar o teto dos imóveis financiados pelo MCMV.

"Apenas o número de habitantes não reflete a realidade dessas cidades, que têm mercados sadios. Com o teto baixo, fica mais fácil o comprador adquirir um terreno", diz Gonçalves Neto.

"Meu concorrente maior é a pessoa que vai comprar o lote e construir a própria casa", diz Alexandre Mangabeira, copresidente da RNI, que tem lançamentos em Sinop e Rondonópolis, ambas em MT.

Ele destaca que esse mercado requer, muitas vezes, fluxo especial de financiamento. "Temos que flexibilizar o pagamento conforme a safra, porque as pessoas fazem dinheiro concentrado."

Em cidades com desdobramentos do agronegócio na indústria e em serviço, os lançamentos costumam ter padrão mais alto, destinados a donos ou gerentes de fazendas ou para investimento.

"Esse nicho não sentiu muito a crise. Ainda assim, com a queda dos juros, o volume de interessados aumentou", diz João Marcelo, diretor comercial da Habiarte, que planeja 20 edifícios de luxo para os próximos 18 anos em Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo ligada ao setor sucroalcooleiro.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas