Descrição de chapéu rio grande do sul-estado

RS tem 839 mil imóveis sem água e 421 mil sem luz; há 113 bloqueios em estradas

Desabastecimento chega a 27% dos domicílios atendidos por empresa estatal de saneamento e mais de 8% dos clientes das distribuidoras de energia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul ao longo dessa semana deixaram, além de 66 mortes confirmadas até a manhã deste domingo (5), centenas de milhares de pessoas sem serviços básicos. Segundo a última atualização da Defesa Civil, um total de 839 mil imóveis estavam sem abastecimento de água em todo o estado.

Esse número, equivalente a 27% dos imóveis atendidos pela empresa Corsan, já é menor do que o total de domicílios que chegaram a ficar desabastecidos durante o fim de semana, segundo os boletins da Defesa Civil. Na noite de sábado, mais de um milhão de domicílios chegaram a ficar sem água.

Além disso, na manhã deste sábado havia 421 mil imóveis sem energia elétrica. Segundo a distribuidora de energia RGE Sul, responsável por 264 mil endereços que estão sem energia elétrica, 8,5% de seus clientes foram afetados. Já a CEEE Equatorial, que responde por 157 mil pontos sem energia elétrica, informou que 8,7% dos domicílios que atende foram afetados.

Vista do entorno do Mercado Público de Porto Alegre tomado pela enchente do rio Guaíba; mais de 700 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas em todo o Rio Grande do Sul - Renan Mattos - 4.mai.2024/REUTERS

De acordo com a Defesa Civil, 332 municípios foram afetados pela enchente histórica, o que corresponde a mais da metade dos municípios gaúchos. São 707.190 pessoas afetadas pela tragédia.

As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e quase 200 mil alunos foram impactados. Um total de 250 escolas tiveram sua estrutura danificada pelas consequências da chuva. O governo estadual informou que, na tarde deste domingo, divulgaria a orientação para o retorno às aulas para a rede estadual.


Situação no RS após as chuvas

  • 66 mortes
  • 101 desaparecidos
  • 155 feridos
  • 707.190 pessoas afetadas
  • 15.192 desabrigados
  • 80.573 desalojados
  • 421 mil imóveis sem energia
  • 839 mil imóveis sem água

Em todo o estado, os temporais também provocaram também danos e alterações no tráfego nas rodovias estaduais gaúchas. Segundo a última atualização, neste domingo, eram 113 trechos em 61 delas, com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes. Sete rodovias com bloqueios foram liberadas ao longo do sábado.

Na noite de sábado, o governo gaúcho informou que duas barragens estavam em situação de emergência, com risco iminente de romperem. Uma delas é a usina hidrelétrica 14 de Julho, entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves, que teve um rompimento parcial na última sexta-feira (3). Além disso, a barragem de São Miguel, também em Bento Gonçalves, estava em situação semelhante.

Outras cinco barragens no estado estavam em nível de alerta, que ocorre quando "as anomalias representam risco à segurança da barragem, exigindo providências para manutenção das condições de segurança".

As chuvas que devastaram cidades do Rio Grande do Sul também chegaram a Santa Catarina e ao Paraná, causando outras três mortes.

A Defesa Civil gaúcha emitiu um alerta para a elevação do nível do rio Guaíba, afetado pelas fortes chuvas da última semana. A orientação é para quem mora em áreas mais baixas buscar abrigo em locais seguros. Em nota, o órgão informa que as áreas mais altas não serão afetadas com a mesma intensidade do que as mais baixas.

MADRUGADA TEVE CHUVA E ROTINA INTENSA DE RESGATES

A chuva voltou a cair na Grande Porto Alegre e em municípios da região norte do estado durante a madrugada deste domingo. Em Canoas, na região metropolitana, populares realizaram um cordão humano dentro da água para auxiliar as embarcações que a todo momento chegavam com pessoas resgatadas das áreas inundadas.

Na noite de sábado, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que a região vai precisar de uma espécie de "Plano Marshall", em referência ao plano dos Estados Unidos para reconstrução de países aliados após a Segunda Guerra Mundial.

Leite afirmou que a chegada de reforços será importante para as demais frentes de atuação, como o reconhecimento de corpos e a reconstrução de estadas. A prioridade neste momento, porém, é o resgate das vítimas.

"Tudo o que é possível empregar está sendo empregado. Vai chegar mais gente. Não porque não tenham chegado antes porque não quisessem, mas porque essa mobilização leva um tempo", disse ao ser questionado sobre a ajuda do governo federal nesse esforço.

O presidente Lula (PT) voltará ao estado neste domingo (5) para acompanhar de perto a crise.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.