Descrição de chapéu Bloomberg Governo Lula

Ministro de Lula diz que CEO da Vale deve ser próximo do Poder Executivo

Alexandre Silveira diz que presidente da mineradora deve estreitar relações com municípios, estados e reguladores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Mariana Durão Alessandra Migliaccio
Bloomberg

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) espera que o próximo presidente da Vale tenha relações mais próximas com autoridades do Poder Executivo e reguladores, mesmo depois da tentativa de influência no plano de sucessão da empresa ter agitado a busca do novo CEO no início deste ano.

O próximo CEO deve estreitar relações com estados, municípios, reguladores e a sociedade brasileira, disse o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista no escritório da Bloomberg em Roma, na Itália.

Segundo ele, esse será um avanço e o governo vai exigir isso com muito vigor.

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira - Bruno Santos/ Folhapress

O conselho da Vale espera anunciar um novo CEO até 3 de dezembro, quando a empresa realiza o seu Investor Day.

Em março, a Vale anunciou que manteria Eduardo Bartolomeo no cargo de presidente enquanto procurava um sucessor. A decisão veio após semanas de notícias desencontradas sobre a escolha do próximo comandante da mineradora, em meio à crescente pressão do governo brasileiro para intervir no processo, destacando sua influência no setor de mineração.

O mercado reconheceu a liderança de Bartolomeo em segurança, incluindo um plano para eliminar dezenas de barragens de rejeitos de alto risco.

Mesmo assim, os investidores têm se preocupado com o desempenho operacional e com a percepção de que a Vale poderia navegar melhor nas relações institucionais com os estados e o governo federal.

Silveira criticou o atraso no plano de sucessão da Vale, dizendo que quanto mais cedo houver uma mudança de gestão, melhor a mineradora conseguirá resolver "pendências com o Brasil".

Na entrevista, ele também antecipou que o governo brasileiro rejeitaria a nova proposta apresentada pela Vale, pela BHP e a joint venture Samarco para um acordo final sobre a tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem em Mariana, em 2015. A Advocacia-Geral da União confirmou em comunicado a declaração do ministro.

Silveira está em Roma, onde teve uma reunião privada com o Papa Francisco para discutir uma transição energética justa e inclusiva que ajude a combater a desigualdade. O Brasil assumiu a liderança do G20 em 2024 e sediará a cúpula do clima COP30 em 2025.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.