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Argentina afirma estar próxima de acordo com EUA sobre carne bovina

País voltou à lista dos dez maiores exportadores mundiais de carne, segundo Departamento de Agricultura dos EUA

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Buenos Aires | Reuters

A Argentina está a ponto de assinar um acordo com os Estados Unidos que permitiria que o comércio de carne bovina fresca entre os dois países fosse retomado depois de quase duas décadas, disse Marisa Bircher, secretária do comércio internacional da Argentina.

O acordo, que deve ser assinado dentro de alguns dias, abriria simultaneamente a importação de carne bovina pelos dois países, disse Bircher em entrevista.

"Estamos negociando a reabertura para dentro de alguns dias", ela disse. Todas as questões técnicas e administrativas já foram decididas.

Presidente da Argentina, Maurício Macri - Marcos Brindicci /Reuters

Em um momento no qual o país está buscando expandir suas vendas internacionais de carne bovina, o acordo permitiria que a Argentina demonstrasse a outros potenciais compradores que sua carne é saudável o bastante para ingressar em um dos mercados com padrões sanitários mais rigorosos no planeta.

O acordo também abriria um novo mercado para o setor de pecuária dos Estados Unidos, ainda que a demanda por carne americana seja baixa na Argentina. O país é famoso por seus filés de alta qualidade, alguns dos quais macios a ponto de serem cortados com uma colher, como costumam demonstrar, com floreios, os garçons de algumas dos restaurantes de carne mais famosos de Buenos Aires.

A Argentina terá um limite de 20 mil toneladas para suas exportações aos Estados Unidos, disse Bircher, enquanto os Estados Unidos não teriam limite para o ingresso de sua carne na Argentina.

O Departamento da Agricultura americano e o representante do governo dos Estados Unidos para assuntos de comércio internacional, em Washington, e a embaixada americana em Buenos Aires não responderam a pedidos de comentário.

Bircher disse que a Argentina deixou de exportar carne bovina aos Estados Unidos 17 anos atrás, devido a preocupações americanas quanto à possível contaminação da carne argentina por febre aftosa.

"Eliminamos o problema por meio de um programa de vacinas em nosso setor pecuário", disse Bircher.

Outro funcionário importante do governo argentino, que falou sob a condição de que seu nome não fosse citado, confirmou que a Argentina e os Estados Unidos estavam "perto" de um acordo. A última vez que os Estados Unidos venderam carne bovina fresca à Argentina foi em 1999, de acordo com a agência oficial de estatísticas argentina.

No passado um dos cinco maiores exportadores mundiais de carne bovina, a Argentina se viu prejudicada pelas políticas hostis ao setor agrícola de sua ex-presidente Cristina Fernandez. Nos oito anos de seu governo, o país ficou de fora da lista dos dez maiores exportadores mundiais de carne.

Agora, os argentinos voltaram à lista dos dez mais, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, e no ano que vem podem voltar a estar entre os cinco maiores exportadores, por conta das políticas de livre mercado do presidente Mauricio Macri e da forte desvalorização do peso este ano.

O momento é delicado, no sistema mundial de alimentação. As rotas de comércio de grãos e sementes oleaginosas foram bloqueadas pela guerra comercial entre Washington e Pequim. As duas maiores economias do planeta agora buscam novas parcerias comerciais para reforçar suas posições na guerra comercial.

Um acordo entre Argentina e Estados Unidos quanto à carne bovina seria um vislumbre de boas notícias para os pecuaristas dos Estados Unidos, depois de semanas de manchetes negativas quanto à guerra comercial.
 
Tradução de PAULO MIGLIACCI

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