A China disse nesta sexta-feira (23) que a OMC (Organização Mundial do Comércio) atravessa uma profunda crise e pediu à organização que encerre subterfúgios e corrija práticas de Estados-membros que prejudicam o sistema global de comércio.
O vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, disse que a OMC deveria priorizar resolver um impasses sobre nomeações para seu órgão de apelação, que foi bloqueado pelos Estados Unidos, que culpa o órgão de resolução de disputas por prejudicar uma campanha dos EUA contra o que o país vê como práticas comerciais injustas.
"A OMC deve priorizar questões fundamentais que ameaçam a existência da instituição", disse Wang durante coletiva de imprensa em Pequim.
As reformas devem sustentar valores fundamentais da OMC, garantir justiça e proteger interesses de países em desenvolvimento, disse Wang.
Ele também mirou o que chamou de subsídios agrícolas excessivos desfrutados exclusivamente por países desenvolvidos. Wang disse que tais subsídios distorceram preços e são injustos para países em desenvolvimento.
Negociações com EUA
Wang Shouwen disse também que negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China devem ser igualitárias e mutuamente benéficas, acrescentando que os dois países possam encontrar maneiras de administrar suas diferenças por meio do diálogo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu equivalente chinês, Xi Jinping, deverão se reunir durante a cúpula do G20 em Buenos Aires na próxima semana, no momento em que os laços comerciais entre as duas maiores economias mundiais ficam cada vez mais difíceis.
"Esperamos que, em uma base de consultas igualitárias, benefícios mútuos e confiança, possamos fazer esforços comuns para administrar diferenças e encontrar maneiras de resolver problemas", disse Wang durante uma coletiva de imprensa na capital Pequim.
Washington quer que Pequim melhore o acesso ao mercado e aprimore proteções à propriedade intelectual de empresas dos EUA, corte subsídios industriais e reduza o déficit comercial de US$ 375 bilhões. Trump impôs tarifas sobre US$ 250 bilhões em importações chinesas para forçar concessões.
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