Banco Central planeja reduzir compulsório de bancos no longo prazo
Iniciativa ajudaria a liberar mais recursos à economia, embora autoridade monetária negue tal objetivo
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O Banco Central estuda um plano estrutural para reduzir, no longo prazo, os depósitos compulsórios feitos por instituições financeiras, em iniciativa que ajudaria a liberar mais recursos à economia, embora a autoridade monetária negue que esse seja um dos objetivos da medida.
A proposta está entre as medidas da agenda BC, anunciada pelo presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, nesta quarta-feira (29). “Quando a gente olha a massa de compulsório no Brasil, ela foi de mais ou menos R$ 500 bilhões para R$ 400 bilhões, teve uma redução tímida. A gente acha que tem espaço para fazer mais otimizações nesse sentido”, disse.
O compulsório é parte do valor de depósitos bancários recolhida pela instituição financeira no Banco Central, em mecanismo que busca manter a estabilidade financeira e controlar a inflação. Ao reduzir o percentual a ser coletado, o BC permite que os bancos usem esses recursos e emprestem mais, o que poderia ajudar o país em momentos de crescimento mais lento, como o atual.
Segundo Campos Neto, mais do que olhar o estoque do compulsório, o BC olha a evolução do mercado, como estão se comportando os depósitos à vista.
“Hoje existe uma interconexão muito grande entre fundos e bancos, muito mais do que existia no passado. Depósito a prazo, como está se comportando. Quando a gente faz choque de estresse no sistema, quanto eu precisaria realmente de colchão?”, questiona.
“O mercado tem mudado bastante em relação às categorias e à capacidade de funding [financiamento]. A gente acha que tem espaço para reduzir estruturalmente. Não é uma medida que tenha um caráter de estimular a economia ou não, apesar de ter esse efeito, mas é medida de simplificação e ajuste”, ressaltou o presidente do BC, que acrescentou o compulsório é alto, especialmente porque há mudanças no mercado que indiquem que a necessidade é menor.
Outra proposta é liberar mais capital nos balanços de bancos. “As regras de utilização de capital são feitas para utilização de capital e, nem sempre, o mercado é mais aquele. Às vezes o mercado evoluiu, às vezes concentrou o consumo de capital numa modalidade que não existe mais, ou então a modalidade existe, mas tem uma garantia diferenciada”, disse.
Uma das resultantes seria liberar mais capital para o setor do agronegócio. “Hoje, a penalização do crédito alocado ao agro é excessiva para o mundo que estamos vivendo e para as condições que estamos vivendo”, ressaltou.
Ao todo, há 14 grupos de trabalho na agenda, cada um com uma métrica de desempenho. A ideia do BC é anunciar as medidas lentamente, segundo Campos Neto.
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