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Monsanto tinha arquivos de críticos de sete países da UE, diz Bayer

Companhia, adquirida em 2016, guardava informações sobre jornalistas e políticos

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Frankfurt | AFP

A Monsanto tinha arquivos de simpatizantes e críticos a seus produtos –como pesticidas e transgênicos– em sete países da União Europeia, anunciou nesta terça-feira (21) o grupo Bayer, depois que a existência do material foi revelada na França no início do mês.

Os arquivos datavam de 2016, ou seja, antes da compra da Monsanto pelo grupo alemão Bayer concluída no ano passado.

Os arquivos incluíam "principalmente jornalistas, políticos e outros grupos de interesse", confirmou a Bayer.

"Consideramos no momento que a agência Fleishman Hillard estabeleceu para a Monsanto listas na França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Espanha e Reino Unido, além de personalidades relacionadas com as instituições europeias", afirmou a Bayer.

Fábrica da Bayer em Leverkusen, na Alemnha - Wolfgang Rattay - 14.mai.2019/Reuters

O escritório de advocacia Sidley Austin, contratado pela empresa para fazer a auditoria, determinará se estas listas existem também em outros países.

Até o momento era conhecida apenas a existência deste tipo de lista na França. A Bayer pediu desculpas e informou na semana passada que outros países europeus "muito provavelmente" estavam afetados.

O grupo químico alemão, proprietário da Monsanto desde o ano passado, também anunciou que encerrou "até nova ordem" a colaboração na área de comunicação com a agência Fleishman Hillard.

A Bayer continuará, no entanto, trabalhando com a agência em questões de marketing.

Vários meios de comunicação franceses, como Le Monde, France Télévision, Radio France, Le Parisien e a Agência France-Presse, anunciaram ter apresentado um recurso à justiça contra os arquivos depois que o jornal Le Monde e o canal de televisão France 2 revelaram que centenas de personalidades haviam sido classificados em função de suas opiniões a respeito dos pesticidas ou os organismos geneticamente modificados, e a possibilidade de influência sobre estas pessoas.

Após as revelações, a justiça francesa anunciou uma investigação por suspeitas de criação de arquivos supostamente ilegais por meio da "coleta de dados pessoais através de métodos fraudulentos, desleais e ilícitos".

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