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BC mantém Selic em 6,5%, cobra reformas e frustra expectativas

Corte de juros vai depender de "avanços concretos" na agenda econômica

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São Paulo

O Banco Central manteve nesta quarta-feira (19) a taxa básica de juros (Selic) em 6,50% ao ano.

A instituição frustrou as expectativas do mercado de que indicaria um corte da taxa na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em julho.

No comunicado da decisão, o BC afirmou que a economia parou de se recuperar e que o cenário externo melhorou.

Disse, no entanto, que o risco “preponderante” neste momento está em “uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira”, o que “pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação”.
 
"Avanços concretos nessa agenda [de reformas] são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação”, diz o BC.

Os juros estão no patamar atual desde março de 2018, quando o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC encerrou o ciclo de cortes iniciado em 2016 e colocou a Selic em sua mínima histórica.

Banco Central mantém Selic a 6,5% ao ano - Marcelo Justo/Folhapress

A divulgação de dados econômicos deste primeiro semestre, que indicam cenário de estagnação ou até recessão, além de queda na inflação, aumentou as apostas de que o BC iria sinalizar na reunião desta quarta cortes na taxa básica até o final do ano.

Até a semana passada, as projeções do mercado, de acordo com a pesquisa Focus feita pelo BC, eram de três cortes de 0,25 ponto ainda neste ano, nas reuniões do Copom de setembro, outubro e dezembro. Com isso, a taxa fecharia 2019 em 5,75% ao ano.

A projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2019 está em 0,93%, abaixo do verificado nos dois anos anteriores (1,1%).

Além de dados que indicam atividade econômica fraca, foram divulgados nas últimas semanas números que mostram queda da inflação. O IPCA (índice de preços ao consumidor) está em 4,66% no acumulado dos últimos 12 meses. A projeção para o ano é de 3,84%, para uma meta de inflação de 4,25.

Na terça-feira (18), o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, que vinha preparando o mercado para um aperto na política monetária, afirmou que um estímulo econômico adicional será necessário e que ainda pode cortar os juros.

A declaração irritou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acusou Draghi de buscar vantagem comercial injusta ao desvalorizar o euro.

O Fed (Federal Reserve), banco central americano, também já havia desistido de elevar os juros. Nesta quarta-feira, a instituição manteve a taxa básica de juros entre 2,50% e 2,25% ao ano, com indicação de que deve cortar o juro na próxima reunião.

Em relação a esse ponto, o BC disse nesta quarta que "o cenário externo mostra-se menos adverso, em decorrência das mudanças nas perspectivas para a política monetária nas principais economias. Entretanto, os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem".

O cenário externo contribuiu para que a Bolsa de Valores fechasse pela primeira vez acima dos 100.000 pontos.

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