Siga a folha

Descrição de chapéu Coronavírus

G20 diz estar trabalhando em plano de ação para enfrentar pandemia global

Cúpula de países acontecerá em meio a guerra de preços do petróleo e disputa sobre origem do vírus

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Andrea Shalal Stephen Kalin
Washington e Riad (Arábia Saudita)

Ministros das finanças e banqueiros centrais das 20 maiores economias do mundo concordaram na segunda-feira (23) em desenvolver um "plano de ação" para responder à pandemia de coronavírus, que segundo o FMI deverá provocar uma recessão global. Eles não deram detalhes.

O secretariado do G20 divulgou o comunicado depois que as autoridades financeiras se reuniram por videoconferência durante quase duas horas, procurando afastar as críticas crescentes de que o "departamento de bombeiros" do mundo demorou a responder ao agravamento da crise.

Os líderes do G20 deverão se reunir para uma cúpula extraordinária nos próximos dias, pois o vírus continua se espalhando rapidamente, com 337.500 pessoas infectadas em todo o mundo e mais de 14.600 mortos.

A cúpula, convocada pela presidência do grupo neste ano, a Arábia Saudita, será complicada por uma guerra de preços do petróleo entre dois membros, Arábia Saudita e Rússia, e uma guerra de palavras entre dois outros, Estados Unidos e China, sobre a origem do vírus.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse à Fox News que seus homólogos concordaram em tomar medidas para apoiar suas próprias economias e coordenar-se internacionalmente, conforme necessário. Mas também não deu detalhes.

As autoridades do Japão e da Argentina emitiram suas próprias declarações pedindo uma ação mais decisiva, enquanto especialistas externos disseram que medidas específicas são urgentemente necessárias, e não as garantias gerais oferecidas pelo G20 até o momento.

Mnuchin disse que os Estados Unidos estão trabalhando em estreita colaboração com os países do G20, do Grupo dos Sete (G7), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial na resposta à crise.

"Este é um esforço de equipe para matar esse vírus e oferecer alívio econômico", disse Mnuchin, que está lutando simultaneamente para garantir a aprovação no Congresso de um pacote de resgate de quase US$ 2 trilhões para os Estados Unidos.

O Federal Reserve (banco central) anunciou na segunda-feira um enorme pacote de programas para reforçar a economia dos EUA, incluindo medidas para apoiar compras de títulos corporativos, financiar empréstimos diretos a empresas e obter crédito para pequenas e médias empresas, que empregam mais da metade da força de trabalho dos EUA.

O FMI e o Banco Mundial previram também na segunda que a pandemia provocará uma recessão global em 2020, e redobraram os pedidos de resposta global.

A diretora-administrativa do FMI, Kristalina Georgieva, saudou as medidas fiscais e monetárias já adotadas pelos países, mas disse que serão necessárias outras, especialmente no campo fiscal.

"Os custos humanos da pandemia de coronavírus já são imensuráveis, e todos os países precisam trabalhar juntos para proteger as pessoas e limitar os danos econômicos", afirmou ela em comunicado.

Os ministros das finanças e os banqueiros centrais do G7 realizarão uma teleconferência própria na terça-feira (24), segundo uma fonte familiarizada com os planos.

O Japão, que é membro do G7, expressou profunda preocupação com o impacto do coronavírus e instou os membros do G20 a agir "sem hesitação em tempo hábil".

A Argentina, cuja dívida foi considerada insustentável pelo FMI, alertou os membros do G20 de que devem agir decisivamente para "evitar um colapso social" à medida que a pandemia se espalha.

O ministro das Finanças da Argentina, Martin Guzman, disse a outros ministros no telefonema do G20 que os países devem usar "todo o conjunto de ferramentas" de políticas econômicas, incluindo a prorrogação de swaps bilaterais, para ajudar os países mais necessitados.

"É da maior importância que aprofundemos os esforços de coordenação e cooperação globais o máximo possível, a fim de preservar a estabilidade social global", disse Guzman em comentários preparados para distribuição ao grupo.

Harry Broadman, diretor-administrativo da Berkeley Research e ex-funcionário graduado do governo dos EUA, disse que a crise pede "uma ação coletiva extensa e sistemática para mitigar riscos transfronteiriços e criar uma solução tangível duradoura" para proteger a saúde pública e a prosperidade econômica mundiais.

Ele disse que o G20, e não apenas o G7, deve se reunir pelo menos mensalmente e conforme necessário para reforçar a confiança global. Mas eles precisariam fazer mais do que se concentrar em promessas de coordenação.

"Deve haver compromissos materiais executados para todo o mundo ver e avaliar os resultados reais", disse ele. "Sem prestação de contas, tudo isso pode ser inútil."

Colaborou David Lawder, em Washington

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas