Demissões já alcançam 11 mil trabalhadores da indústria calçadista
Empregados em férias coletivas temem dispensa no retorno ao trabalho
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Sem demanda de consumo com lojas e shoppings fechados para evitar a proliferação do novo coronavírus, a indústria calçadista começa a demitir. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) estima 11 mil demitidos no país.
No Rio Grande do Sul, são cerca de 3.000 demitidos. O setor emprega diretamente cerca de 270 mil pessoas no Brasil e 90 mil no estado.
Parte significativa desses empregados está em férias coletivas, afirma João Batista Xavier da Silva, presidente da Federação dos Sapateiros-RS (Federação Democrática dos Trabalhadores da Indústria do Calçado dos Trabalhadores da Indústria do Calçado).
Por isso, o temor é que haja mais demissões no retorno das férias, diz Silva. Segundo ele, há um efeito cascata na redução da demanda.
“Algumas fábricas pequenas, que forneciam para as maiores, fecharam e não vão abrir mais. A grande empresa retirou produção externa e manteve apenas a interna”, diz o sindicalista.
“Entendemos que as empresas precisam retornar ao trabalho como forma de sobrevivência, de manutenção dos empregos e de redução dos impactos econômicos. Porém, ao mesmo tempo, há a necessidade de preservação da saúde dos nossos trabalhadores. Neste cenário, estamos trabalhando para que, quando for possível, tenhamos um retorno seguro das atividades do setor calçadista nacional”, disse o presidente da Abicalçado, Haroldo Ferreira, em nota.
Com polos nas regiões gaúchas do Vale dos Sinos e Vale do Paranhana, o ramo calçadista possui cerca de 2.000 indústrias no Rio Grande do Sul, incluindo os ateliês, representando 33% do total do país.
Ainda não é possível precisar as perdas com as exportações de calçados após as novas medidas relacionadas às fronteiras, mas o primeiro bimestre teve queda de 10,7% em receita e 8,5% em volume em relação ao ano passado, diz a Abicalçados.
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