Siga a folha

Produtos agrícolas escapam de 'queda vertiginosa' do comércio, indica OMC

Barômetro da entidade compara dados de exportação e importação de mercadorias com tendências de médio prazo

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Bruxelas

O comércio mundial de mercadorias deve ter “queda vertiginosa” no primeiro semestre por causa da crise no coronavírus, indica o Barômetro da OMC (Organização Mundial do Comércio), divulgado nesta quarta (20).

O indicador baixou para 87,6 (de um valor base de 100), na pior contração desde que foi lançado, em julho de 2016, mas com desempenho desigual entre seus componentes. Commodities agrícolas tiveram o principal resultado (95,7), abaixo da tendência, mas mostrando sinais de estabilidade.

As previsões são relevantes para o Brasil, em que o agronegócio representou 43,2% do valor exportado em 2019, chegando a US$ 96,8 bilhões (cerca de R$ 560 bilhões, pelo câmbio de hoje), segundo o Ministério da Agricultura.

Em março, analistas já previam que o impacto sobre o setor agropecuário seria menor porque, encerradas as restrições necessárias para combater a doença, haveria um repique de demanda.

O Barômetro da OMC analisa informações em tempo real do comércio internacional para identificar pontos de virada em sua trajetória. Leituras de 100 indicam que os dados estão em linha com as tendências de médio prazo. Resultados acima de 100 sugerem crescimento acima da tendência, e os abaixo de 100, como os registrados agora, indicam crescimento abaixo da tendência.

O indicador divulgado em maio captura o efeito inicial da pandemia, no primeiro trimestre do ano, e não dá sinais de que a tendência de queda esteja se revertendo.

Em abril, a organização divulgou estimativas de que o comércio mundial de mercadorias poderia se reduzir neste ano de 13% a 32%, dependendo da duração da pandemia e do desempenho das políticas de combate ao coronavírus.

Dos componentes do Barômetro, o que mostra maior impacto é o de produtos da indústria automobilística (79,7). As montadoras foram afetadas tanto pela queda da demanda quanto por choques na cadeia de suprimento, que fez parar a produção por falta de peças.

O declínio para 83,3 no componente que mede pedidos futuros de exportação indica que o comércio continuará em níveis baixos, ao menos no curto prazo.

O indicador mostra redução tanto no transporte marítimo (88,5 para frete de contêineres) quanto no aéreo (88) ---no começo do mês, a Iata (associação do setor aéreo) já havia mostrado que a queda de 95% nos voos de passageiros por causa da pandemia estava afetando também o transporte de mercadorias, que usa o espaço desses aviões.

Além dos produtos agrícolas, o índice de componentes eletrônicos (94) também mostra sinal de estabilidade.

O comércio já estava diminuindo em 2019 antes da pandemia, tensionado pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e pela desaceleração do crescimento econômico.

No acumulado do ano, o volume do comércio mundial de mercadorias encolheu 0,1% em 2019, primeira queda anual desde 2009, durante a crise financeira global.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas