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A LVMH, dona da marca de luxo Louis Vuitton, está em discussões para renegociar sua aquisição da joalheria americana Tiffany por US$ 16,6 bilhões, aproximando-se de salvar um acordo fechado pouco antes da pandemia e evitar um confronto na Justiça, segundo fontes do jornal Financial Times.
O maior grupo mundial de artigos de luxo concordou em pagar US$ 135 por ação (cerca de R$ 770) em dinheiro pela Tiffany em novembro passado, mas vem pressionando para reduzir o preço desde que irrompeu a crise do coronavírus.
Uma guerra verbal cada vez mais amarga entre a LVMH, liderada pelo fundador bilionário Bernard Arnault, e a Tiffany, mais conhecida por seus anéis de noivado em estojos azuis, se intensificou no mês passado depois que o grupo francês ameaçou desistir do negócio. Isso desencadeou ações judiciais no tribunal comercial dos Estados Unidos em Delaware, criando a perspectiva de uma dura batalha judicial.
No entanto, a Tiffany recentemente indicou que estaria disposta a considerar um preço revisado, desde que ficasse acima de US$ 130 por ação e a empresa francesa concordasse em fechar a transação sem mais alterações, disseram duas pessoas.
A LVMH estava aberta para discutir esses termos e os dois lados continuavam em negociações, disseram duas outras pessoas. Uma delas acrescentou que o preço precisaria ficar abaixo de US$ 133 para que a LVMH concordasse com os novos termos. Cada dólar por ação abaixo do preço original equivale a uma economia aproximada de US$ 120 milhões (R$ 684 milhões).
As ações da Tiffany subiram 1,5%, para US$ 124,71, no início do pregão em Nova York na terça-feira (27), depois que a CNBC informou que "discussões indiretas" estavam em andamento. As ações subiram ainda mais, chegando a US$ 129,37, com alta de 5,3%, nas negociações do início da tarde, após a reportagem do Financial Times sobre a faixa de preço em consideração.
LVMH e Tiffany não quiseram comentar.
A planejada aquisição da Tiffany pela LVMH tornou-se um dos negócios mais importantes que vacilaram desde que a pandemia afetou a economia global, incluindo a indústria de luxo.
A LVMH jogou duro com a joalheria americana, argumentando que suas perspectivas são muito mais fracas agora do que quando o negócio foi assinado em novembro.
Como não conseguiu convencer a Tiffany a refazer o acordo, o grupo de Arnault disse em setembro que teria de abandonar a compra depois que o governo francês pediu para adiar a transação após uma disputa comercial entre Paris e Washington.
Posteriormente, a Tiffany recorreu ao sistema judicial dos Estados Unidos para fazer cumprir o acordo de fusão, entrando com uma ação contra a LVMH que buscava forçar a empresa francesa a respeitar os termos originais do negócio.
O grupo de Arnault respondeu com uma ação rival, alegando que o desempenho "catastrófico" da Tiffany desde a pandemia deixava perspectivas "sombrias" para o futuro.
A disputa entre as empresas ocorre no momento em que o ressurgimento da pandemia na Europa e nos Estados Unidos mantém o setor de luxo sob pressão. Analistas previram que as vendas da indústria poderão cair até 30% neste ano, embora as vendas do terceiro trimestre da LVMH e da Hermès tenham mostrado sinais de recuperação, impulsionadas por compradores asiáticos e americanos.
Analistas disseram não ter certeza se o recente ressurgimento de infecções nos EUA e na Europa retardará a recuperação econômica.
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
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