Siga a folha

Descrição de chapéu tecnologia

Suécia proíbe Huawei em leilão de frequências para 5G

Empresa chinesa diz que suspeitas de ameaça a segurança são infundadas; EUA pressionam aliados para excluir equipamentos do grupo de suas redes

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Bruxelas

A agência reguladora de telecomunicações da Suécia baniu nesta terça (20) os grupos chineses Huawei e ZTE de suas redes 5G. A tecnologia, de redes móveis ultra-rápidas, permite que aparelhos domésticos, máquinas industriais e carros, por exemplo, sejam conectados à internet de forma mais confiável e com respostas imediatas.

O 5G reduz a praticamente zero o tempo de resposta a um comando. Em teoria, essa espera, chamada de latência, será de na média 1 milissegundo (1 milésimo de segundo), segundo fabricantes.

Em comunicado sobre o leilão de novas frequências na Suécia, marcado para o próximo mês, o órgão regulador menciona explicitamente as duas empresas: "Novas instalações e novas implementações de funções centrais para o uso de rádio nas bandas de frequência não devem ser realizadas com produtos dos fornecedores Huawei ou ZTE".

Logo da Huawei - Michele Tantussi/Reuters

O país escandinavo é sede da Ericsson, uma das principais rivais da Huawei. A chinesa, maior fornecedora de equipamentos de rede de telefonia no mundo hoje, é pivô de uma investida geopolítica dos Estados Unidos, que pressionam aliados (incluindo o Brasil) a excluí-la de sua infraestrutura de telecomunicações.

Japão, Reino Unido e França já barraram, na prática, a Huawei do 5G, e medidas que devem ser anunciadas pela Alemanha nas próximas semanas também podem inviabilizar a atuação da chinesa no país que é hoje um de seus principais mercados.

O ministro sueco de Energia e Digitalização, Anders Ygeman, afirmou, porém, que o país não visa empresas específicas, segundo a emissora SVT.

O texto da agência reguladora menciona "avaliações feitas pelas Forças Armadas suecas e pelo Serviço de Segurança para garantir que o uso de equipamento de rádio nessas faixas não cause danos para a segurança da Suécia".

“O Estado chinês está conduzindo espionagem cibernética para promover seu próprio desenvolvimento econômico e desenvolver suas capacidades militares”, afirmou em comunicado o diretor do Serviço de Segurança da Suécia (Säpo), Klas Friberg.

Desde janeiro, o serviço e as Forças Armadas foram autorizadas por lei a opinar em negociações da Agência Sueca de Correios e Telecomunicações, que leiloa as licenças para a operação do 5G.

Friberg afirmou que a China coleta informações e se apropria de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento: “Isso é o que devemos considerar ao construir a rede 5G do futuro. Não podemos comprometer a segurança da Suécia”.

A Huawei se declarou "surpresa e desapontada" com a decisão sueca e afirmou que "não há qualquer base factual para apoiar as suposições de que a Huawei representa qualquer ameaça à segurança".

A empresa afirma que mais de 30 anos de atuação em mais de 170 países e 20 anos na Suécia nunca houve registro de incidentes de segurança importantes.

"A Huawei nunca causou o menor fragmento de ameaça à segurança cibernética sueca e nunca faremos. A exclusão da Huawei não tornará as redes 5G suecas mais seguras. Em vez disso, a competição e a inovação serão severamente prejudicadas", diz o grupo chinês.

Ao comentar a pressão dos EUA sobre o governo brasileiro em entrevista à Folha, o presidente da empresa no Brasil, Sun Baocheng, disse que excluir a Huawei traria atrasos e aumento de custo.

Além da Ericsson, podem se beneficiar da decisão sueca as empresas Nokia, da Finlândia, e Samsung, da Coreia, que já estão em alguns projetos de 5G no país escandinavo.

As restrições suecas se estendem não apenas às operações principais das redes 5G, mas a funções na rede de acesso de rádio, na rede de transmissão, na rede central e na rede de serviço e manutenção “que são necessárias para manter a funcionalidade da rede e os serviços de comunicação eletrônica fornecidos pelo titular da licença”.

Segundo o comunicado sueco, se a infraestrutura existente para funções centrais for usada para fornecer serviços nas bandas de frequência em questão, os produtos da Huawei e ZTE devem ser descontinuados no máximo até 1º de janeiro de 2025.

Também devem ser interrompidas até esse prazo funções localizadas em países estrangeiros ou realizadas por estrangeiros.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas