Siga a folha

Descrição de chapéu

Toyota ultrapassa Volkswagen e volta a ser maior montadora em vendas

Alemã liderava posto havia cinco anos; japonesa teve forte demanda durante a pandemia

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Kana Inagaki
Tóquio | Financial Times

A Toyota reconquistou a posição de maior montadora de automóveis do planeta, pelo critério de vendas, cinco anos depois de tê-la perdido para a Volkswagen. A companhia japonesa foi beneficiada por uma forte recuperação da pandemia do coronavírus.

O grupo, que inclui as subsidiárias Daihatsu e Hino, anunciou na quinta-feira (28) que vendeu 9,5 milhões de veículos em todo o mundo em 2020, pouco mais que os 9,3 milhões da rival alemã, cujas 12 marcas incluem Audi, Porsche e Seat.

As duas montadoras se beneficiaram de uma forte recuperação de vendas na China, a despeito de um ano tumultuado que envolveu fechamentos de fábricas e perturbações na cadeia de suprimento durante a pandemia. Mas a Volkswagen foi mais prejudicada por uma queda das vendas na Europa.

Para a Toyota, a demanda pela marca de luxo Lexus ajudou a elevar em 11% as vendas na China em 2020 –o único mercado a registrar crescimento ante o ano anterior.

Embora as vendas mundiais do grupo japonês tenham caído em 11,3% ante as de 2019, as consequências da pandemia também foram compensadas pela forte demanda por seu utilitário esportivo RAV4 nos Estados Unidos, seu maior mercado. Subsídios também ajudaram a estimular as vendas de veículos híbridos com propulsão elétrica e por gasolina, na Europa.

Em dezembro, as vendas nos Estados Unidos subiram em 20% ante o resultado do mês em 2019, e as vendas na França e Alemanha subiram em 85% e 89%, respectivamente.

A Toyota perdeu sua posição como montadora de maior valor de mercado no planeta para o grupo norte-americano de veículos elétricos Tesla, no ano passado, mas o foco da empresa nos híbridos deu resultado, e ela se prepara para lançar carros alimentados por baterias nos próximos dois anos.

“A difusão dos veículos elétricos na Europa provavelmente está sendo mais rápida do que a Toyota havia antecipado, e por isso a chave será determinar se ela será capaz de obter avanços na tecnologia das baterias”, disse Yoshihiro Okumura, diretor geral da administradora de fundos Chibagin Asset Management. “Os próximos dois anos serão críticos para a Toyota em termos de como os investidores verão sua estratégia para veículos elétricos”.

A Toyota formou uma parceria com a Panasonic, fornecedora da Tesla, a fim de desenvolver baterias de estado sólido, que devem ampliar a autonomia dos veículos elétricos e reduzir o tempo de recarga. A montadora deve exibir sua nova tecnologia durante a Olimpíada de Tóquio, na metade do ano, de acordo com pessoas informadas sobre os planos.

Depois da recuperação de vendas, o banco de investimento Jefferies elevou sua projeção sobre o lucro operacional da Toyota em 2,5%, para 660 bilhões de ienes (US$ 6,3 bilhões) no quarto trimestre de 2020.

Mas analistas afirmam que as perspectivas continuam incertas para a Toyota, porque o setor automobilístico ainda está diante de uma escassez mundial de chips que forçou as montadoras a suspender a produção de algumas fábricas e licenciar trabalhadores.

Para os primeiros três meses do ano, o banco de investimento Nomura estimou que a produção mundial de automóveis pode ser 20% mais baixa do que as companhias haviam planejado. No entanto, o banco afirmou que a Toyota provavelmente seria a empresa menos prejudicada, entre elas, porque diversificou sua cadeia de suprimento depois do terremoto e tsunami que atingiu a região de Tohoku, no nordeste do Japão, em 2011.

Tradução de Paulo Migliacci

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas