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É prematuro avaliar qual rumo o governo dará para as estatais, diz presidente da Itaúsa

Alfredo Setubal afirma que há preocupação sobre qual política será adotada e, no curto prazo, vê volatilidade no mercado financeiro

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São Paulo

​O empresário Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa, que controla empresas como Itaú Unibanco e Alpargatas, afirmou que ainda é cedo para avaliar que rumo o atual governo dará para a gestão de estatais que estão sob o controle da União.

"O que aconteceu nos últimos dias pegou todo o mercado de surpresa, e é claro que causa certa preocupação aos investidores sobre qual o tipo de política que o governo pode adotar em relação às suas empresas estatais”, disse ao avaliar as interferências do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na política de preços de combustíveis e energia, bem como na troca do presidente da Petrobras.

“Mas vamos ver como isso será de fato conduzido ao longo dos próximos meses, pois é prematuro termos uma visão real do que eventualmente possa acontecer", afirmou o empresário em entrevista a jornalistas nesta terça-feira (23) durante a apresentação de resultados da Itaúsa.

Holding pura (criada para controlar outros empresas), a Itaúsa registrou em 2020 um lucro de R$ 7,1 bilhões, queda de 31,6% em relação ao ano anterior.

Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa - Mathilde Missioneiro - 7.nov.2019/Folhapress

Na última sexta-feira (19), Bolsonaro indicou o general Joaquim Silva e Luna para presidir a Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco. A indicação foi vista pelo mercado como uma tentativa do governo de interferir na política de preços de combustíveis da companhia, causando queda nas negociações das ações da estatal.

Nos dias subsequentes, Bolsonaro também chegou a falar em “meter o dedo na energia elétrica” e prometeu novas mudanças.

Segundo Setubal, o cenário econômico e político tende a ser volátil nos próximos meses, inclusive dado o cenário de eleições no ano que vem, mas o movimento é natural do país.

“A volatilidade faz parte do jogo. Somos investidores de longo prazo e miramos o potencial do Brasil em fazer negócios e trazer investimentos", disse. "Acreditamos que muitas oportunidades continuarão aparecendo e que o processo de concessões deve continuar independente de qualquer direcionamento geral que possa ser dado, porque o governo tem dificuldade de fazer frente aos investimentos necessários.”

O empresário afirmou, ainda, que a Itaúsa já está de olho em possíveis investimentos voltados para infraestrutura e saneamento e também na área de saúde.

“Temos olhado setores que têm os marcos regulatórios mais definidos. Vemos uma oportunidade grande de crescimento em saneamento e também temos olhado algumas alternativas no setor de saúde. Ainda não encontramos nada com o preço e a perspectiva adequada, mas estamos de olho”, disse.

Em relação a crescimento econômico, a Itaúsa segue a mesma linha das projeções do Itaú. Projeta para este ano um avanço entre 3% e 4% para o PIB (Produto Interno Bruto). Setubal afirmou que se trata de um resultado ainda abaixo da média mundial, mas que se traduz em boas oportunidades para a companhia.

“Acreditamos que algumas reformas podem ser aprovadas e que isso dá mais segurança para os investimentos. Mas também não descartamos as dificuldades fiscais do país e a volatilidade da economia local e internacional”, afirmou.

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