Siga a folha

Crise hídrica pode impactar economia e inflação, diz secretário de Guedes

Bruno Funchal afirma que vacinação impulsiona atividade, mas pondera que risco no setor elétrico não pode ser ignorado

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Brasília

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, afirmou nesta segunda-feira (31) que a chegada de uma nova crise hídrica ao país, com impacto no setor elétrico, gera risco à retomada da atividade econômica e pode ter repercussão sobre a inflação.

O secretário do ministro Paulo Guedes (Economia) participou de audiência pública no Congresso sobre medidas de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Ele afirmou que a vacinação pode impulsionar a economia e melhorar as contas do governo, mas ponderou que o risco no setor elétrico não pode ser ignorado.

“Claro que a gente tem riscos pela frente, essa crise hídrica é um risco, a gente não pode ignorar isso. É um risco que pode ter repercussão na reaceleração da economia e na inflação”, disse.

Leito seco do Rio Grande, junto à barragem da Usina Marimbondo, da Furnas Centrais Elétricas, em Icém (SP) - Guilherme Baffi/Diário da Região

A preocupação de membros do Ministério da Economia é que a retomada da economia possa esbarrar em uma limitação da capacidade de fornecimento de energia. O país passa por uma redução dos níveis de chuva, o que, segundo o presidente Jair Bolsonaro afirmou na sexta-feira (28), criou “uma das maiores crises energéticas do país”.

O governo emitiu alerta de emergência hídrica em cinco estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Na sexta-feira, Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a aplicação do patamar 2 da bandeira tarifária vermelha para o mês de junho, ao custo de R$6,243 para cada 100kWh (quilowatt-hora) consumidos.

A agência citou “condições hidrológicas desfavoráveis” em maio para ativar o patamar mais caro do sistema de bandeiras tarifárias. Em maio vigorou no país a bandeira tarifária vermelha, patamar 1, em que o acréscimo é de R$ 4,169.

A medida tem impacto direto no custo da energia para os consumidores e produz efeito sobre os índices de inflação.

Durante evento organizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta segunda, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cobrou do governo respostas sobre a iminência de uma escassez energética no Brasil. Segundo ele, o Congresso aprovou medidas para melhorar o ambiente do setor elétrico.

“É muito importante que o Poder Executivo dê uma resposta em relação a esse tema, o que não significa desarmonia. Significa apenas a exposição do nosso sentimento de que nós fizemos a nossa parte, aguardamos que o Executivo também o faça”, disse.

Pacheco afirmou também que um eventual apagão elétrico não será responsabilidade exclusiva do Congresso.

“Estamos aqui discutindo o crescimento do Brasil, reformas estruturantes e iniciativas dos poderes para que tenhamos essa retomada do crescimento. E nos deparamos com quase uma súplica para que não haja o crescimento, porque não temos condição de fornecer energia suficiente para esse crescimento no Brasil. [...] Isso não é responsabilidade exclusiva do Congresso Nacional. Isso é planejamento, isso é previsibilidade, isso é gestão.”

Na audiência desta segunda no Congresso, o secretário de Fazenda também afirmou que o Brasil tem nível elevado de endividamento e possui hoje pouco espaço para implementar novas medidas de enfrentamento à pandemia. Ele ponderou que as ações necessárias serão adotadas pelo governo.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas