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Fundador da Evergrande tenta acalmar funcionários e analistas aguardam sinal de ajuda do governo chinês

Temor de calote por parte de gigante do setor imobiliário derrubou Bolsas do mundo inteiro nesta segunda (20)

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Clare Jim Anshuman Daga Kane Wu
Hong Kong, Nova York e Pequim | Reuters e AFP

Temores persistentes de calote ofuscam os esforços do presidente do Evergrande, gigante do setor imobiliário, para melhorar a confiança na empresa nesta terça-feira (21), enquanto o governo chinês não dá sinais de que vai intervir para evitar a queda da empresa e o efeito dominó do colapso na economia global.

Em carta, Xu Jiayin, que também fundou a empresa em 1996, afirmou aos funcionários que está confiante na recuperação do grupo e que ele sairá "em breve de seu momento mais obscuro", informou o jornal estatal Securities Times nesta terça, após um dia de temores nas Bolsas de todo o mundo.

O empresário escreveu ainda que a empresa retomará por completo seu trabalho e produção, garantirá a entrega dos imóveis e "apresentará uma resposta responsável aos compradores de casas, investidores, sócios e instituições financeiras", sem dar detalhes sobre como a empresa vai alcançar esses objetivos.

A carta felicita os funcionários pelo Festival do Meio do Outono, uma tradição importante na China, celebrada com dois dias livres.

A crise da Evergrande provocou protestos incomuns diante dos prédios da empresa na China, organizados por investidores e fornecedores que exigiam seu dinheiro com a possível falência da empresa, que tem dívidas superiores a US$ 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão). Algumas pessoas afirmaram que devem receber até US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões).

O grupo admitiu na semana passada que está sob "tremenda pressão" e que pode não ter capacidade de pagar suas obrigações.

Analistas minimizaram os temores de a Evergrande se tornar o Lehman Brothers (banco cuja falência catalisou a crise financeira de 2008) da China, embora haja nos mercados preocupações com os riscos de contágio de um colapso desordenado daquela que já foi a incorporadora de maiores vendas da China.

Complexo habitacional da Evergrande em Guangzhou, província no sul da China - Noel Celis - 17.set.2021/AFP

Os investidores, entretanto, permaneceram cautelosos. As ações das empresas chegaram a cair 7%, depois de queda de 10% no dia anterior, diante dos temores de que seus US$ 305 bilhões (R$ 1,6 trilhão) em dívida possam provocar perdas disseminadas no sistema financeiro da China no caso de um colapso. O papel terminou o pregão com perdas de 0,4%.

"Se for permitido o default de uma parte da dívida da Evergrande, isso provocará questões sobre toda a dívida remanescente com os investidores e o governo não quer uma crise mais ampla como essa", disse o diretor gerente da Orient Capital Research.

O governo chinês não se pronunciou sobre a crise da Evergrande nas últimas semanas.

A perspectiva é que o governo chinês ajude a Evergrande ao menos a conseguir algum capital, mas ela pode ter que vender a participação a um terceiro, como empresas estatais, disse o banco holandês ING em nota.

Analistas do Citi disseram que os reguladores podem "comprar tempo para digerir" o problema da Evergrande orientando os bancos a não retirarem o crédito e ampliarem o prazo para o pagamento da dívida.

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