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Ericsson pagará US$ 6 bilhões por grupo Vonage de serviços na nuvem

Aquisição é a maior da fabricante de equipamento de telecom sueca

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Richard Milne Nic Fildes
Londres | Financial Times

A Ericsson vai pagar US$ 6,2 bilhões (R$ 34,7 bilhões) em dinheiro pelo grupo de serviços baseados na nuvem Vonage, já que a fabricante sueca de equipamento de telecom pretende aumentar sua ofertas para empresas e desenvolvedores.

A aquisição, a maior feita pela Ericsson até hoje, marca a última tentativa do grupo de se diversificar, paralelamente ao seu negócio central de infraestrutura celular, depois de uma tentativa fracassada de entrar na mídia nos anos 2010.

Ela também ocorre após anos de reestruturação e preparação para as novas redes 5G e em meio à pressão sobre seus negócios na China, pagando o preço pelo ataque de Estocolmo à rival Huawei.

A Vonage, pioneira em telefonia pela internet nos Estados Unidos que compete com outras como RingCentral, tinha um valor de mercado aproximado de US$ 3,6 bilhões (R$ 20,2 bilhões) em setembro, antes que a investidora ativista Jana Partners começasse a agitar para que ela vendesse ou se dividisse.

Escritório da Ericsson, gigante de telecom sueca, em Lund, Suécia - Divulgação/Reuters

A Ericsson disse que pagaria US$ 21 (R$ 117) por ação, um prêmio de 28% sobre o preço de fechamento da Vonage na sexta (19).

A Ericsson pretende entrar no setor de empreendedores, em que os desenvolvedores criam serviços sobre redes de telecom, depois que viu mais valor sendo criado por companhias como Uber do que por si própria e outras fabricantes de equipamentos.

Borje Ekholm, executivo-chefe da Ericsson, disse que a empresa quer ajudar as operadoras de telecom a obter mais de seus investimentos em novas redes, depois de ver outras companhias como desenvolvedores de apps levarem grande parte das recompensas por atualizações anteriores.

"Se você examinar a rede, investimentos significativos vão para elas, mas há uma monetização muito limitada até agora. Queremos melhorar a capacidade de monetização. As operadoras de redes não vão construir o 5G a menos que possam monetizá-lo", disse ele.

A plataforma da Vonage baseada na nuvem tem 120 mil clientes empresariais e serve a 1 milhão de desenvolvedores, permitindo que a Ericsson aproveite um público empresarial maior do que possui hoje. O grupo sueco espera levar as velocidades maiores e capacidades de suas redes 5G a clientes empresariais, para criar uma plataforma aberta de inovação para operadoras de telecom, desenvolvedores e empresas.

Dean Bubley, fundador da Disruptive Analysis, disse que a aquisição reforçaria a exposição da Ericsson no mercado de nuvem e empresas, mas o fabricante de equipamento de telecom precisaria tomar cuidado para não assustar seus clientes principais de telecom ao comprar uma companhia concorrente.

Ele afirmou que a Ericsson "precisa de [tecnologia] própria de comunicações em nuvem" se quiser competir com Cisco, Microsoft, Zoom e Twilio.

A Ericsson, que disse que o negócio seria financiado através de fundos existentes, confirmou suas metas financeiras, que incluem uma margem de lucro operacional de 12-14% no próximo ano, excluindo a Vonage. A conclusão do negócio está sujeita à aprovação regulatória e deverá ocorrer na primeira metade do próximo ano.

O grupo sueco disse que espera sinergias de receitas de aproximadamente US$ 400 milhões (R$ 2,24 bilhões) e algumas eficiências de custo, enquanto o acordo deverá ser acrescido aos lucros ajustados por ação e fluxo de caixa livre em 2024.

A Vonage, que teve vendas de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,8 bilhões) no ano até o final de setembro, tentou vender seu negócio de consumo tradicional, mas desistiu da venda em fevereiro.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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