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Os efeitos dos juros nos EUA, bug da Amazon e o que importa no mercado

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Primeira alta para março

O Fed sinalizou nesta quarta-feira (26) que pretende aumentar as taxas de juros de curto prazo em março, quando também fará a última redução do seu programa especial de compra de títulos.

Na entrevista após o anúncio, Jerome Powell, presidente do banco central americano, se recusou a descartar uma sequência mais agressiva de alta dos juros.

Entenda: o avanço da inflação tem levado o Fed a reduzir suas medidas de estímulo à economia adotadas no início da pandemia.

A taxa de juros, hoje próxima de zero, deve ter três ou quatro elevações neste ano, segundo analistas, enquanto o programa mensal de compra de US$120 bilhões (R$ 664 bilhões) em ativos está previsto para acabar em março.

Operador na Bolsa de Nova York (NYSE) assiste ao pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell - Brendan McDermid/Reuters

Por que importa: os movimentos de aperto monetário do Fed geralmente deixam os investidores apreensivos. Eles costumam vir acompanhados de fuga de capital de ativos de risco e de mercados emergentes.

  • Por enquanto, a Bolsa brasileira, que caiu muito no ano passado, tem sido avaliada como barata e registrado alta, na contramão do exterior.
  • Mas há analistas vendo esse movimento como temporário, e eles não descartam novas turbulências nos próximos meses.

Reação dos mercados: o Ibovespa chegou a subir 2,2% no dia, mas perdeu fôlego e fechou em alta de 0,98%, a 111.289 pontos, após o pronunciamento do Fed. Lá fora, os índices até avançaram logo após o anúncio, mas devolveram os ganhos no final do dia e fecharam perto da estabilidade.

Mais sobre a Bolsa:

Em meio às turbulências nos EUA, o fluxo de capital estrangeiro para o mercado chinês aumentou no início deste ano.

Seus BDRs estão caindo? Veja no blog De Grão em Grão quantas vezes a Bolsa americana já caiu como neste mês.

Resultados: a receita da Tesla superou as expectativas com a entrega recorde de veículos, mas a montadora alertou para a falta de insumos. O lucro da Microsoft, divulgado na terça (25), também veio acima da projeção.


Estiagem deve encarecer alimentos

Os preços de alimentação e bebidas subiram em janeiro pelo 18º mês consecutivo no Brasil e puxaram a alta de 0,58% do IPCA-15 (prévia da inflação) para o mês.

Em números: a prévia da inflação do grupo alimentação e bebidas registrou alta de 0,97% em janeiro, acumulando avanço de 19,05% de agosto de 2020 a janeiro de 2022. O IPCA-15 teve alta de 14,99% no período.

Vai piorar? A estiagem nos estados do Sul do país deve colocar ainda mais pressão inflacionária sobre esses itens.

O que explica: a falta de chuvas já provocou perdas em culturas como milho, soja, frutas e hortaliças. As duas primeiras são usadas na ração dos animais, e o prejuízo também deve impactar nos preços da carne.

No ano passado, as lavouras também sofreram com condições climáticas adversas, como a falta de chuvas e ocorrências de geada. Esses fatores, aliados ao rali nos preços das commodities e à cotação do real ante o dólar, contribuíram para a sequência da alta dos preços dos alimentos.

Mais sobre inflação:

Pressão de custos: uma combinação de ameaças ganha força e deve dificultar o combate à inflação neste ano eleitoral, avaliam economistas.

Petróleo: em meio às tensões entre Rússia e Ucrânia, o barril do tipo Brent chegou a passar da marca de US$ 90 (R$489), mas encerrou o dia a US$ 89,65 (R$ 487), em alta de 1,65%.

No Brasil, os governadores prorrogaram por mais 60 dias o congelamento do ICMS sobre os combustíveis, mas o mercado ainda vê defasagem nos preços e espera novos reajustes.


Tem Brasil no nome, mas não é brasileiro

Tem cara brasileira, tem o nome do país, mas não é daqui. Existem milhares de produtos desse tipo sendo comercializados no ecommerce chinês.

Entenda: a maioria dos 10 mil itens que trazem a marca Brasil nas lojas online chinesas na verdade é produzida e vendida por empresas locais ou de outros países.

São exemplos os "pinhões brasileiros", vendidos por empresas americanas e chinesas, e o açaí, que tem uma marca belga como a mais popular do produto. O levantamento foi feito por Renata Thiébaut para o Conselho Empresarial Brasil-China.

Chinês compra tartaruga, açaí e café com a marca Brasil - Catarina Pignato

Por que importa: embora a China seja o principal destino das exportações brasileiras, muita coisa que sai daqui pra lá é commodity, como minério de ferro, soja e carne. Produtos com maior valor agregado, como os vendidos no ecommerce, ainda têm pouca participação de marcas genuinamente brasileiras.

Maior do mundo: o comércio eletrônico chinês responde por quase metade do ecommerce mundial. Por lá, as vendas online respondem por cerca de 50% do total do varejo. Como comparação, essa relação beira os 10% no Brasil.


Bug da Amazon

Cupons promocionais da Amazon que circularam nas redes sociais na manhã desta quarta fizeram a alegria de muitos brasileiros. Mas como os descontos surgiram de uma falha no site da empresa, ela não é obrigada a confirmar a compra.

Entenda: por causa de um "bug", os cupons oferecidos para novos usuários estavam cumulativos, o que gerou descontos generosos. O maior valor confirmado pela Folha foi de R$ 435 em livros —​29 cupons de R$ 15.

Comprou, levou? Questionada, a Amazon não confirmou se as compras serão confirmadas ou não. Em casos de erros graves na plataforma de compras, a empresa pode cancelar as compras, afirma à BBC Brasil o advogado Marco Antonio de Araújo Jr.

Mesmo que os clientes tenham recebido a confirmação da compra, o pedido pode ser cancelado e o valor, estornado.


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