Preços amargos do café, crise na Ucrânia abala Bolsas e o que importa no mercado
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Por que o café ficou tão caro?
Você deve ter percebido nas idas ao supermercado: o café está cada vez mais caro.
Para explicar como o preço da commodity atingiu patamar tão alto no país que lidera a produção global, é preciso recorrer a um conjunto de fatores:
- Bienalidade negativa: a cultura do café é caracterizada por um ano de produção maior, que aconteceu em 2020, e outro de produção menor, observado em 2021.
- Prejuízos com o clima: a seca e as ocorrências de geada em estados como Minas Gerais e São Paulo em 2021 prejudicaram a plantação e também devem impactar a safra deste ano. Fenômenos como esses se tornaram mais frequentes e intensos com a mudança climática.
- Alta dos custos: os insumos também ficaram mais caros durante a pandemia. Destaque para a disparada dos preços dos fertilizantes, que têm boa parte da matéria-prima importada.
Em números: o café vem em uma sequência de 11 altas seguidas no IPCA, índice oficial da inflação no país. No acumulado de 12 meses até janeiro, o avanço chegou a 56,87%.
O que esperar de 2022? O ano é de bienalidade positiva, e a expectativa é de uma produção 16,8% maior em relação a 2021. Ainda assim, a safra deve ser menor que as de 2020 e 2018.
Café mais amargo: entenda aqui como as mudanças climáticas têm levado os produtores brasileiros a preferirem os grãos da variedade canéfora (robusta e conilon), mais fortes, amargos e resistentes ao calor do que o delicado arábica.
Mais sobre agro:
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Americanas fora do ar
O suposto ataque hacker aos sites e aplicativos Americanas.com e Submarino, que começou no sábado (19) e continuava nesta segunda (21), tira da empresa cerca de R$ 110 milhões em vendas a cada dia que eles ficam fora do ar.
A página do Shoptime, outra marca do grupo Americanas, também está inativa. Veja como se proteger de vazamentos de dados de lojas virtuais.
Entenda: os sites começaram a apresentar instabilidade logo no dia em que a empresa promoveu uma festa no reality Big Brother Brasil, da Globo, com show do cantor Thiaguinho. A Americanas tomou a decisão de derrubar o site e o app para proteger os dados dos clientes.
Segundo a companhia, as lojas físicas não tiveram suas atividades interrompidas.
Em números: a estimativa da perda em vendas foi feita por especialistas em varejo a pedido da Folha, com base nos dados da companhia no terceiro trimestre.
- O Goldman Sachs estima em relatório que as vendas digitais devem chegar a R$ 52,9 bilhões em 2022, respondendo por 77% do total.
- O banco ainda aponta que a Americanas é a terceira maior plataforma de ecommerce do país, atrás de Mercado Livre e Magalu.
Ataques em série: caso o ataque hacker à Americanas seja confirmado –a empresa cita apenas um "acesso não autorizado"– seria mais um episódio de um cibercrime que explodiu durante a pandemia.
No ano passado, empresas como JBS, Renner e Fleury foram alvos de um ataque do tipo ransomware, em que a vítima tem dados e sistemas sequestrados pelos criminosos.
Tempo é dinheiro: os especialistas apontam que nesses casos o tempo que a empresa leva para recolocar os sites no ar são essenciais para entender o tamanho do impacto. Nesta segunda, as ações da Americanas fecharam em queda de 6,61%.
E se tiver guerra?
A tensão tomou conta dos mercados nesta segunda, após o presidente russo Vladimir Putin reconhecer as áreas autônomas resultantes da guerra civil na Ucrânia e enviar tropas para apoiar os separatistas étnicos russos.
Em números: em dia de feriado nos EUA, o Ibovespa recuou 1,02%, a 111.725 pontos, mas caiu menos que as Bolsas europeias. O índice russo despencou mais de 10%, no maior tombo desde a anexação da Crimeia, em 2014.
O dólar fechou em queda de 0,70%, a R$ 5,10, na menor cotação em quase sete meses. O fluxo de dinheiro estrangeiro em busca de oportunidades no Brasil segue ajudando a valorizar o real.
E se tiver guerra? Em caso de uma invasão russa à Ucrânia, o Ocidente responderia com sanções. Apesar do conflito acontecer longe das fronteiras brasileiras, ele deve afetar os preços da gasolina e até do pão por aqui.
- O colunista Vinicius Torres Freire lembra que a Ucrânia vende 17% do milho do mercado mundial, e os dois países envolvidos diretamente no conflito exportam 30% do trigo comprado pelo resto do planeta.
- Nos combustíveis, a Rússia é fonte importante de energia para a Europa, tanto de petróleo quanto de gás natural, e um bloqueio afetaria a já baixa oferta das commodities.
- Nesta segunda, o barril do Brent disparou 3,76%, a US$ 97,06, renovando a maior cotação desde 2014.
Conheça a Combo, nova newsletter da Folha
A Folha lançou nesta segunda (21) a Combo, uma newsletter gratuita e exclusiva sobre videogames que será enviada todas as segundas. Para assiná-la gratuitamente, inscreva-se abaixo.
Entenda: a Combo será recheada de detalhes sobre o que mais importa na área de games, e terá também análises sobre tendências, tecnologia e, claro, dicas de jogos.
A newsletter é editada pelo jornalista Tiago Ribas, que escreve no jornal sobre games e joga há mais de 20 anos, desde o primeiro Game Boy até o atual PlayStation 5.
Por que importa: o setor de games virou foco das atenções do mercado neste início do ano após a série de anúncios de compras bilionárias.
- A de maior destaque foi a aquisição da produtora Activision Blizzard, de "Call of Duty", pela Microsoft, dona do Xbox, por US$ 75 bilhões (R$ 402 bi).
- Menos de 15 dias depois, a Sony, do PlayStation, contra-atacou com a compra da desenvolvedora de jogos Bungie, criadora do "Halo", por US$ 3,6 bilhões (R$ 19 bi).
- Antes das duas, a Take-Two, produtora do "GTA", já havia fechado a compra da fabricante de jogos para celular Zynga por US$ 12,7 bilhões (R$ 68 bi).
Não para por aí: o mercado de games já fatura mais que as indústrias do cinema e da música juntas. O setor é prioridade também para as big techs, que estão de olho nas oportunidades que podem surgir com o metaverso.
Os IPOs e as fusões e aquisições na área devem ultrapassar US$ 150 bilhões em 2022, segundo o banco de investimentos Drake Star Partners.
Catálogo: além da Combo e desta FolhaMercado, a Folha tem mais 17 newsletters. Veja as opções e como se inscrever.
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