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Um terço das famílias têm dívida em atraso e inflação é principal causa, diz FGV

Inadimplência chega a 58% nas famílias com renda de até R$ 2.100

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São Paulo

Uma em cada três famílias brasileiras possui dívidas em atraso, e a alta da inflação é apontada como o principal fator para que essas despesas não sejam pagas em dia, segundo sondagem especial realizada pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

A inadimplência chega a 58% nas famílias com renda de até R$ 2.100 e cai para 10% naquelas com ganhos acima de R$ 9.600.

Na faixa de renda mais baixa, a dificuldade de conseguir emprego é apontada como principal fator que leva à inadimplência. Em todas as outras faixas estabelecidas na sondagem, a inflação aparece como principal problema.

Foram consultados 3.525 informantes consumidores, de 3 a 22 de janeiro. ​

Feirão Limpa Nome realizado pela Serasa no estacionamento do Shopping Metrô Itaquera, na zona leste da capital paulista, em 2018 - Robson Ventura/Folhapress

Se forem considerados apenas os atrasos a partir de 30 dias, a falta de pagamento atinge 21% das famílias. É a maior taxa já registrada nas sondagens do Ibre realizadas desde 2012. Em 2018, por exemplo, estava em 14%.

Se for utilizado o crédito do sistema financeiro, que considera as dívidas atrasadas há mais de 90 dias, a inadimplência fica em 17,5% na faixa de renda mais baixa e em 1,8% na mais alta.

"Houve um aumento da desigualdade durante o ano de 2021. A gente teve interrupção do auxílio emergencial, há dificuldade de voltar ao mercado de trabalho, e o setor de serviços não voltou a contratar como a gente esperava", afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do consumidor do FGV Ibre.

Ela diz que o início do pagamento do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, ajudou a melhorar as expectativas da população mais pobre, mas não foi suficiente para organizar a vida financeira das famílias, lembrando que o número de beneficiários do auxílio emergencial era bem maior.

Rodolpho Tobler, coordenador das sondagens do comércio e de investimentos do FGV Ibre, diz que o mercado de trabalho reagiu bem em relação à quantidade de vagas e à taxa de desemprego, mas a renda real da população foi corroída pela alta dos preços. "A inflação está sendo a grande vilã. O crédito está caro, a inflação ainda está alta e o mercado de trabalho não reagiu suficientemente para compensar isso."

Segundo informações da empresa de proteção ao crédito Serasa, a inadimplência no país chegou a 64,82 milhões de brasileiros no início deste ano. O número se aproxima ao recorde de inadimplentes da pandemia. Em abril de 2020, havia 65,9 milhões de endividados.

O valor total das dívidas aumentou de R$ 258 bilhões para R$ 260,7 bilhões. A Serasa está realizando um Feirão Limpa Nome emergencial até o dia 31 deste mês.

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