Siga a folha

Venda da Itapemirim é questionada por administradora na Justiça

EXM Partners, responsável pelo processo de recuperação judicial do grupo, diz que negociação não foi previamente informada ao juiz do caso

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A EXM Partners, que administra o processo de recuperação judicial do Grupo Itapemirim, está questionando na Justiça a venda da ITA (Itapemirim Transportes Aéreos) e pedindo que a negociação seja barrada na Junta Comercial.

Em comunicado distribuído a funcionários no dia 13 de abril, o presidente da ITA, Adalberto Bogsan, afirmou que a empresa foi vendida para a Baufaker Consulting. A EXM Partners afirma, porém, que a transação não passou pelo juiz da recuperação judicial, contrariando a lei.

Avião da Itapemirim - Divulgação

Na petição, a administradora diz entender que, neste momento, o prudente "seria não só oficiar a Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) no intuito de impedir a transferência ou qualquer liberação de valores sobre esta venda, como também deixar expresso que a prática desta operação não pode servir como impedimento de fiscalização desta administradora".

De acordo com o processo movido pela EXM Partners, mais de R$ 34 milhões foram enviados à ITA, sem que o grupo demonstrasse com transparência tais aportes. A administradora judicial afirma aguardar que seja informado quando a viação Itapemirim será ressarcida desses valores e de qual forma.

A administradora pede ainda que Itapemirim apresente, em juízo, cópia do contrato de venda da ITA à Baufaker.

Segundo o comunicado de Bogsan aos funcionários da ITA, o acordo com a empresa sediada em Brasília inclui a aquisição e manutenção do leasing de cinco aeronaves A320CEO, retomada de reuniões com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e negociações com credores para o pagamento de dívidas, como salários, arrendamentos, taxas aeroportuárias, reembolso de passageiros e outros.

O grupo Itapemirim está em recuperação judicial desde 2016 e com dívidas tributárias de quase R$ 2 bilhões. Credores têm reclamado que o plano não está sendo cumprido e que a empresa desviou dinheiro das recuperandas para financiar a companhia aérea.

Com o plano de atender 35 destinos em sua malha até junho de 2022, a ITA parou de operar em dezembro do ano passado, seis meses depois do seu voo inaugural, afetando milhares de passageiros às vésperas do Natal. Estimativa do Procon-SP aponta que a suspensão causou prejuízos a cerca de 130 mil passageiros.

No início de janeiro, a Anac proibiu a ITA de voltar a vender passagens aéreas até que a empresa demonstre que cumpriu todas as ações corretivas para quem foi afetado pela suspensão de suas atividades, como reacomodação e reembolso integral do bilhete aéreo.

Reportagem da Folha no final de fevereiro, porém, apontou que os passageiros da ITA ainda não tinham sido reembolsados.

Segundo o Mandel Advocacia, que representa a EXM Partners, a primeira convocação da assembleia geral dos credores, determinada pela Justiça, está marcada para esta quarta (20), porém as empresas Itapemirim ainda não apresentaram prévia da proposta a ser deliberada pelos credores.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas