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Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Opep+ abre torneira do petróleo, mas não contém aumentos de preços

Grupo se limitou a aumentar moderadamente cotas de produção para retornar a níveis pré-pandemia

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Anne Beade
Áustria (Viena) | AFP

Os países produtores de petróleo da Opep+ renovaram nesta quinta-feira (30) seu compromisso de abrir mais a torneira durante o verão (hemisfério norte), mas o aumento da produção será insuficiente para conter o aumento dos preços devido à Guerra da Ucrânia.

Os representantes dos 23 países concordaram que "a produção de agosto será ajustada para cima em 648 mil barris por dia", como em julho, em comparação com os 432 mil barris estabelecidos nos meses anteriores, anunciou a aliança em comunicado.

O cartel dos países petrolíferos segue assim o objetivo acordado em junho de aumentar o fornecimento diário.

Ilsutração de barris de petróleo feitos por impressora 3D - Dado Ruvic - 1.dez.2021/Reuters

Até agora e desde 2021, o grupo se limitou a aumentar moderadamente suas cotas de produção de petróleo para retornar gradualmente aos níveis pré-pandemia.

"Teatro político"

No entanto, os esforços não são suficientes para compensar a escassez de petróleo devido ao embargo acordado entre os Estados Unidos e a UE (União Europeia) ao combustível da Rússia.

Desde o início da Guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro, o preço do Brent, referência do petróleo bruto na Europa, aumentou mais de 16%. Seu equivalente americano, o WTI, subiu mais de 17%.

Nesta quinta-feira, por volta das 12h40 GMT (9h40 em Brasília), o Brent atingiu US$ 115,63 (R$ 604,3) por barril e o WTI atingiu US$ 109,27 (R$ 571), preços ainda muito elevados.

Diante do aumento dos preços, a França novamente pediu aos exportadores na segunda-feira (27) que aumentem seus volumes excepcionalmente.

O assunto também estará na agenda da viagem do presidente dos EUA, Joe Biden, à Arábia Saudita, em meados de julho.

"É um teatro político, a viagem não vai terminar com um aumento significativo acima do que já foi acordado", diz Edward Moya, analista da Oanda. Mesmo que a aliança decidisse ceder, não teria capacidade, acrescenta o especialista.

Muitos países da Opep+ "estão sujeitos a sanções internacionais ou sofrem com problemas de produção", lembra. Portanto, as cotas estabelecidas raramente são alcançadas.

Rússia, Irã e Venezuela

Na mira dos Estados Unidos e da UE desde a invasão da Ucrânia, a Rússia se juntou aos países que sofreram sanções, como Irã e Venezuela.

A Líbia, que também é membro da aliança, vive uma grave crise política entre governos opositores, que afeta a produção de petróleo, sua principal fonte de renda.

Outros países como Nigéria, Congo e Guiné Equatorial também não cumpriram suas metas devido à falta de investimentos no setor durante a pandemia.

Mas países-modelo como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita também estão lutando para aumentar os volumes de produção, disse o presidente francês Emmanuel Macron nesta semana.

"Se isso for verdade, significa que a produção de petróleo da Opep + em julho e agosto não aumentará ainda mais, apesar do recente acordo", diz Stephen Brennock, da PVM Energy.

"Os problemas de abastecimento continuarão sendo o principal problema atual do petróleo e os preços vão subir ainda mais", alerta Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote Bank. A menos que o medo de uma recessão faça com que os preços caiam.

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