Com contrafilé a R$ 150 em restaurantes, franceses adotam estratégias para economizar nas férias
Inflação no país atingiu 6,1% em julho, no acumulado de 12 meses
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Dois grandes jornais franceses –Le Parisien e Le Figaro– dedicam suas manchetes desta terça-feira (9) à escalada dos preços em plena temporada de alto verão na França. A inflação alcançou 6,1% em julho, no acumulado de 12 meses, provocando um aumento generalizado de preços.
De acordo com o Le Figaro, os franceses buscam se adaptar das mais variadas formas a esse novo cenário econômico. Muitos abriram mão de locações de imóveis e hotéis para passar as férias na casa de parentes ou em infraestruturas mais baratas, como os campings. Outros cortaram as despesas com restaurantes. Quem viaja de carro, começa a tirar o pé do acelerador nas rodovias. A velocidade máxima autorizada é de 130 km/h, mas muitos motoristas têm reduzido para 100 ou 110 km/h a fim de economizar combustível.
No início de julho, na perspectiva do primeiro verão realmente livre das restrições sanitárias da pandemia de Covid-19, cerca de 9 milhões de franceses com alto poder aquisitivo já tinham reservado suas férias no exterior. Mas os destinos mais procurados estão entre os mais em conta para os bolsos franceses: Espanha, Grécia, Tunísia, entre outros.
Ao mesmo tempo, pesquisas mostram que 20% da população renunciou a viagens por falta de dinheiro. Com a alta dos preços da energia, dos combustíveis e da alimentação, as famílias de classe média têm contabilizado um gasto extra de 90 euros por mês, cerca de R$ 840, aponta um especialista consultado pelo Le Figaro. Os que puderam viajar, adotam estratégias para diminuir as despesas.
Contrafilé a R$ 150
Os profissionais dos setores de hotelaria e restaurantes estão satisfeitos com a excelente temporada. Mas temem uma reviravolta em setembro, quando as férias de verão no hemisfério norte acabarem. Por enquanto, os restaurantes estão cheios. Mas e depois do início das aulas?
Le Parisien mostra como certos pratos se tornaram inviáveis em alguns restaurantes. A conta pode ser salgada, e para alguns produtos, como a carne de pato ou o contrafilé, os preços tiveram um aumento exorbitante.
Um prato de contrafilé de 300 gramas está custando em média 29 euros no balneário de Deauville (Normandia), ou seja, R$ 150. Isto sem acompanhamento, sobremesa ou bebida. O quilo da carne de pato, presente em especialidades francesas como o magret de canard e o foie gras, passou de 30 para 50 euros no fornecedor, o equivalente a R$ 260, de acordo com o levantamento do Le Parisien.
Os chefs de cozinha têm procurado adaptar os cardápios à nova realidade econômica, oferecendo mais opções de saladas, massas, pratos vegetarianos e cortes de carnes ou peixes menos onerosos, como a sardinha, para aliviar o bolso do consumidor.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters