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Americanas precisará de mais capital, diz Rial, após deixar presidência da companhia

Ex-presidente cita falta de transparência e falhas em relatórios da Americanas em conferência com investidores

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Brasília

O ex-presidente da Americanas Sergio Rial participou de uma conferência nesta quinta-feira (12) com investidores, organizada pelo banco BTG Pactual e acompanhada online em parte pela Folha. O executivo tentou explicar os problemas contábeis divulgados na véspera pela companhia, envolvendo R$ 20 bilhões relacionados a dívidas com fornecedores.

Rial afirmou que, apesar de ficar por apenas nove dias no comando da Americanas (foi anunciado em agosto, mas só tomou posse no último dia 2), encontrou falhas na identificação de financiamentos bancários que deveriam ter sido reportados como dívida. Um problema que se arrasta há, pelo menos, sete anos.

Trata-se do "risco sacado" –quando o fornecedor recebe antes o pagamento de seus produtos ou serviços vendidos. Essa antecipação pode ser feita pela empresa contratante ou por bancos, que recebem depois o valor, com juros. Nos contratos de financiamento da Americanas para o pagamento de fornecedores, o montante não aparecia como dívida.

Sergio Rial, ex-presidente do grupo Americanas. - Zanone Fraissat/Folhapress

Segundo Rial, ele identificou "sinais de que talvez o nível de transparência e talvez a vontade da própria gestão em querer falar de problemas e desafios não estivesse tão fluída na organização como deveria". O executivo evitou afirmar que se trata de fraude, disse que quem vai dar este veredito é o comitê independente formado para averiguar as "inconsistências".

A Americanas informou nesta quinta (12) os nomes que vão compor o comitê: Otávio Yazbek (sócio do Yazbek Advogados), Vanessa Claro Lopes (conselheira independente e membro do comitê de auditoria da Americanas) e Pedro Melo diretor geral do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

Os dois últimos anos dos balanços da Americanas precisarão ser ajustados, afirmou, para refletir o total de despesas com fornecedores. "Não há dúvidas de que a companhia precisará ser capitalizada", disse Rial, na apresentação para investidores.

Questionado por um analista se a capitalização seria na casa de bilhões, Rial respondeu: "Com certeza, a capitalização que a Americanas precisa não é de milhões."

Nesta quarta-feira (12), a companhia divulgou fato relevante afirmando apenas que em uma análise "preliminar" identificou "inconsistências" contábeis que somam R$ 20 bilhões, mas que acredita que "o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial" —ou seja, que em um primeiro momento, pelo menos, o efeito é contábil, não financeiro (não vai sair dinheiro do caixa para pagar a dívida).

O valor de mercado da Americanas girava em torno de R$ 11 bilhões até esta quarta.

Rial e o então diretor de relações com investidores da empresa, André Covre, pediram demissão diante das "inconsistências" no balanço.

As negociações dos papéis da Americanas na Bolsa ficaram suspensas durante boa parte do dia, e foram retomadas nesta tarde, com algumas interrupções pontuais. Essa suspensão, chamada de leilão, é um mecanismo de proteção, acionado quando há oscilações fora do comum.

O papel terminou em queda de 77%, valendo R$ 2,72. Na véspera, fechou cotado a R$ 12.

Com Reuters


RAIO-X DA AMERICANAS S.A.

3º trimestre de 2022
Receita líquida: R$ 5,4 bilhões
Ebitda: R$ 582,3 milhões
Prejuízo líquido: R$ 211,6 milhões
Lojas: 3.601
Funcionários: cerca de 40 mil

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