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Semana de quatro dias passa em teste no Reino Unido

Organizadores constataram que receitas aumentaram e saída de pessoal diminuiu

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Emma Jacobs Daniel Thomas
Londres | Financial Times

Mais de 9 em cada 10 das empresas que adotaram uma semana de trabalho de quatro dias no Reino Unido continuarão a utilizar essa forma mais flexível de operar, de acordo com os resultados de um teste que durou seis meses.

Das 61 empresas que participaram do projeto-piloto, 18 disseram que manteriam a semana de trabalho de quatro dias em base permanente, porque obtiveram provas de que o novo arranjo oferece benefícios. Outras 38 afirmaram que continuariam o teste.

O teste de seis meses, no segundo semestre do ano passado, foi organizado pela organização ativista 4 Day Week Global, pelo instituto de pesquisa Autonomy e por pesquisadores do Boston College e das universidades de Cambridge e Oxford.

Pessoas passam por lojas, com o distrito financeiro da cidade de Londres ao fundo - Henry Nicholls - 4.fev.2023/Reuters

Os organizadores do teste querem fazer da semana de trabalho de quatro dias o novo padrão do mercado, com base em um modelo de 100% do salário para 80% do tempo de trabalho, em troca de um compromisso de entrega de 100% da produção esperada.

As empresas que se inscreveram no teste variavam de grupos de educação e consultoria a bancos e companhias de tecnologia, recursos humanos e varejo, que empregam quase três mil trabalhadores.

As empresas adotaram diversas abordagens para a semana de quatro dias, incluindo a oferta de folga na sexta-feira ao seu pessoal. Outros dos participantes deixaram que seu pessoal trabalhasse 80% das horas de trabalho do regime padrão, distribuídas de modo flexível.

A receita das empresas participantes aumentou em média mais de um terço durante o período do teste, em comparação com o mesmo período em 2021. O número de funcionários que se demitem diminuiu significativamente.

A diretora do estudo, professora Juliet Schor, do Boston College, afirmou que "os resultados são em geral firmes em locais de trabalho de tamanho diferente, o que demonstra que essa é uma inovação que funciona para muitos tipos de organização".

Muitas empresas no Reino Unido adotaram maior flexibilidade para o seu pessoal desde a crise do coronavírus, com base em uma combinação de trabalho remoto e no escritório, embora algumas estejam começando a retornar ao sistema que empregavam antes da pandemia.

Os céticos quanto ao teste da semana de quatro dias de trabalho argumentam que projetos-piloto como esse atraem trabalhadores predispostos a preferir a jornada mais curta, o que reduz a probabilidade de demissões voluntárias na empresa.

Também há preocupações de que os ganhos de produtividade possam diminuir quando os arranjos de trabalho revistos forem adotados permanentemente.

O teste organizado pela 4 Day Week Global constatou que jornadas de trabalho mais curtas melhoravam o bem-estar dos empregados, e que 40% dos trabalhadores afirmavam que se sentiam menos estressados, e mais de 70% deles avaliavam que seu nível de "burnout" (esgotamento) tinha diminuído.

Os empregados também afirmaram que era mais fácil equilibrar o trabalho e os compromissos familiares e sociais.

Os pesquisadores encontraram pouca diferença nos resultados entre diferentes setores empresariais.

Inicialmente, 70 empresas se inscreveram no teste organizado pela 4 Day Week Global. Nove decidiram não participar por falta de preparação, dificuldades na medição do desempenho e preocupações de que os trabalhadores não conseguiriam os resultados esperados.

Tradução de Paulo Migliacci

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