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Seca no Amazonas antecipa férias de 15 mil metalúrgicos em Manaus, diz sindicato

Estiagem afeta logística e vem obrigando empresas a parar por falta de peças e problemas na entrega

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André Romani
São Paulo | Reuters

A estiagem que secou rios no Amazonas está causando impactos em uma série de indústrias no polo industrial de Manaus, que estão optando por conceder férias coletivas para milhares de metalúrgicos diante da dificuldade de entrega de componentes e escoamento da produção ao resto do país, segundo informações do sindicato local.

"Várias empresas estão mandando aviso de férias... que variam de 5 a 15 dias. Estamos concordando, com condicional de que não haja demissão", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, em mensagem gravada em vídeo para os trabalhadores da região.

Canoas de moradores ficam ancoradas em bancos de areia formados no rio Negro, no Amazonas, devido à seca - Lalo de Almeida - 18.out.2023 / Folhapress

"Mais de 25 empresas mandaram comunicados para o sindicato", explicou o presidente da entidade. "Vão entrar em férias em torno de 15 mil trabalhadores", acrescentou, citando que o período de parada estava originalmente programado para dezembro, mas foi antecipado pelas empresas para entre outubro e novembro.

A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) confirmou a paralisação temporária da produção de algumas empresas na região, sem dizer quantas ou identificá-las. A entidade acrescentou que não foram todas as companhias que anunciaram férias coletivas.

"De fato algumas empresas estão sem insumos e com estoques de produtos acabados elevado e, por essas razões, há a necessidade de suspensão temporária da produção para equalizar essa situação", comentou Jorge Nascimento, presidente-executivo da Eletros, em nota.

Os problemas logísticos estão causando as medidas, de acordo com Santana. "É por falta de capacidade para levar a produção ao Sul do país e de componentes para produção para o ano que vem", afirmou.

Segundo ele, várias fábricas de Manaus e alguns produtos estão sendo atingidos pela pior estiagem em mais de 100 anos no Estado. "No caso de eletro, ar-condicionado, está faltando componente; em motos, o problema é a venda (transporte para as lojas) dessas motos", disse Santana.

O nível de água no Rio Negro atingiu o ponto mais baixo em pelo menos 121 anos na segunda-feira (15), ao registrar 13,6 m. A altura representa o nível mais baixo desde que os registros começaram a ser feitos em 1902, superando o menor nível de todos os tempos anterior, registrado em 2010.

A Samsung é uma das empresas afetadas pelo problema. Na quarta-feira (18), a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) foi comunicada pela empresa de decisão de antecipação de férias coletivas de fim de ano para 1.500 funcionários da fábrica de Manaus por causa da seca. A Philco também estudava medida semelhante.

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