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Milei enfrentará recessão severa na Argentina em 2024, diz associação internacional de finanças

Crise independe da política econômica do presidente eleito, segundo o IIF

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Maria Eloisa Capurro
Bloomberg

A Argentina enfrentará uma recessão severa e inflação de três dígitos no próximo ano, com ou sem as grandes mudanças de política econômica prometidas pelo presidente eleito Javier Milei, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês).

"Uma recessão dolorosa em 2024 parece inevitável, independentemente das políticas que prevaleçam", disse Martin Castellano, chefe de pesquisa para América Latina do instituto, conhecido pela sigla IIF em inglês. Ele estima que a economia argentina vai sofrer uma contração de 1,3% em 2024, após encolher 2,4% este ano.

A inflação provavelmente permanecerá acima de 100%, com uma desvalorização cambial "inevitável" pela frente, disse Castellano.

O presidente eleito da Argentina Javier Milei durante discurso no quartel-general da campanha, em Buenos Aires - Luciano González Torres/Xinhua

Associação internacional de instituições financeiras, o IIF congrega bancos comerciais, bancos de investimentos, companhias de seguros e administradoras de investimentos e divulga análises sobre mercados financeiros.

Milei, um economista sem experiência de governo, obteve uma vitória com vantagem maior do que a esperada sobre o ministro da Economia, Sergio Massa, em meio à indignação dos eleitores com uma inflação em disparada.

Ele prometeu mudanças rápidas em seu primeiro discurso como presidente eleito, dizendo aos argentinos que o gradualismo não é uma opção. Porém, Milei evitou falar de suas propostas mais radicais, como dolarizar a economia e abolir o banco central.

Milei também prometeu cortes maciços nos gastos do governo para reduzir os déficits fiscais, e a sua vitória esmagadora representou um "forte mandato público para buscar a estabilidade econômica", disse o IIF. Mas os preços elevados da energia e das matérias-primas podem impulsionar as exportações e incentivar o novo governo a optar por mudanças moderadas capazes de atrair mais apoio político.

Os ADRs de empresas argentinas dispararam em Nova York nesta segunda-feira (20), que é feriado no país vizinho. O papel da estatal petrolífera YPF subiu até 43% com apostas de que o outsider reverterá anos de políticas desastrosas.

Os analistas ainda aguardam a escolha de ministros, um prazo para a remoção dos controles cambiais e uma possível renegociação do acordo com o Fundo Monetário Internacional.

"O progresso poderá ser mais lento e gradual do que o esperado", disse Castellano.

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