'A Petrobras precisa ter 200% de lucro?', questiona Silveira
Ministro de Minas e Energia critica venda de refinarias no governo anterior
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma semana depois de o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) derrubar o acordo que determinava a venda de refinarias pela Petrobras, o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) voltou a defender o investimento da estatal nesses ativos.
"A Petrobras precisa ter 100% ou 200% de [alta no] lucro? No governo anterior, chegou a ser distribuído mais dividendo do que o lucro líquido registrado. Por que isso? Porque os ativos eram vendidos e distribuídos como lucro", afirmou o ministro.
Ele concedeu entrevista a jornalistas após abertura da terceira reunião do grupo de trabalho de transições energéticas do G20, nesta segunda-feira (27), em Belo Horizonte.
A Petrobras se comprometeu com o Cade em 2019, sob a gestão Jair Bolsonaro (PL), com a venda de oito refinarias –três negócios foram realizados. Há duas semanas, o termo de compromisso foi desfeito, sob condição de que a petroleira ofereça às refinarias independentes um contrato com garantia de oferta de volume mínimo.
A partir do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a estatal alterou sua política de investimentos e voltou a privilegiar também fábricas de fertilizantes, que tinham perdido espaço durante as gestões de Michel Temer (MDB) e Bolsonaro.
Silveira defendeu o investimentos nessas plantas, mesmo que ele não gere o mesmo retorno que a principal atividade da Petrobras.
"O projeto não precisa dar 100% de lucro. O projeto de fertilizante, naturalmente, em um primeiro momento, pode ser menos rentável do que extrair o petróleo".
Na área, o governo trata como prioridade a conclusão da fábrica de Três Lagoas (MS), paralisada desde 2014, e estudos para viabilizar a construção de um novo polo em Minas Gerais, estado de influência do ministro de Minas e Energia.
A gestão da nova política de investimentos da Petrobras foi uma das razões para a troca recente na presidência da estatal promovida pelo governo Lula. Jean Paul Prates, antigo chefe da estatal, tentou equilibrar sua gestão atendendo a promessas de campanha de Lula, mas sem assustar investidores privados.
Já Magda Chambriard, que tomou posse como presidente da companhia na semana passada, defende o papel do setor de petróleo como indutor do desenvolvimento industrial do país, em pensamento alinhado ao do governo.
Questionado sobre a indicação de Chambriard, Silveira disse estar otimista com a nova gestão.
"Principalmente porque ela acompanhou por um ano e quatro meses de debates profundos do Ministério de Minas e Energia com a Petrobras sobre a agenda nacional", disse o ministro, citando o plano de investimentos da companhia.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters